O Governo Federal tomou a decisão de encerrar o programa de desoneração da folha de pagamento, o que causará impactos significativos no setor de transporte rodoviário de cargas. Esse setor, responsável por mais de 60% da movimentação de mercadorias no Brasil, terá aumento nos encargos sociais devido ao fim da medida, que permitia substituir a contribuição previdenciária sobre a folha salarial por uma alíquota sobre a receita bruta. Com a elevação dos custos operacionais, os transportadores serão obrigados a repassar esses valores para os contratantes de serviços. Isso significa que os preços dos fretes e, consequentemente, dos produtos no mercado, serão diretamente afetados, pressionando ainda mais o orçamento dos consumidores.
Os efeitos da reoneração nos fretes e preços dos produtos
A decisão do Governo Federal impacta não só o setor de transportes, mas também toda a economia, já que os fretes são essenciais para a circulação de produtos no país. De acordo com a NTC&Logística, os custos operacionais devem crescer 1,5% no primeiro ano da reoneração e acumular quase 5% até 2028.
Esse aumento será refletido nos preços de produtos essenciais, como alimentos, combustíveis, medicamentos e roupas. Empresas de transporte já enfrentam uma defasagem média de 15,3% nos fretes em relação aos custos reais. Sem a possibilidade de absorver os novos encargos, os transportadores terão que repassar os aumentos para os clientes, o que afetará diretamente os preços de produtos nas prateleiras.
A medida ainda traz preocupações para a logística de pequenos negócios, que também dependem de fretes acessíveis. Com o aumento dos custos, muitos empreendedores poderão enfrentar dificuldades para manter sua competitividade, especialmente em setores como agricultura e comércio de bens de consumo.
Impactos indiretos da decisão do Governo Federal na economia e em outros setores
Além dos efeitos diretos no transporte rodoviário de cargas, a decisão do Governo Federal terá impactos indiretos em outros setores. Empresas fornecedoras de serviços, como tecnologia da informação, segurança e comunicação, também deverão reajustar seus preços devido à reoneração.
Isso ampliará ainda mais o efeito cascata na economia. Estima-se que os impactos indiretos sejam de duas a três vezes maiores do que os custos diretos. Isso reforça o alerta de especialistas sobre os riscos de comprometer a competitividade do transporte rodoviário e de elevar os preços de produtos em todo o mercado brasileiro.
O transporte rodoviário de cargas é vital para garantir o abastecimento em todas as regiões do país. Com os custos crescentes, há o risco de atrasos e interrupções em algumas cadeias de suprimentos, o que poderia causar escassez de produtos e serviços essenciais para a população.
Fretes mais caros podem gerar lucros comprometidos
A NTC&Logística enfatiza que, sem o repasse dos novos custos aos contratantes, as empresas de transporte terão seus lucros reduzidos em até 30% no primeiro ano. O aumento nos preços dos fretes será inevitável, refletindo-se diretamente no preço final dos produtos.
Com fretes mais caros e produtos mais caros, o impacto para os consumidores será inevitável. Além disso, setores como o de alimentos e medicamentos, que têm grande sensibilidade a aumentos de custos, podem sofrer oscilações no abastecimento.
A decisão do Governo Federal reforça a necessidade de discutir alternativas que minimizem os efeitos econômicos e sociais dessa medida. O diálogo entre governo, empresários e sociedade civil é essencial para encontrar soluções que preservem a competitividade do setor de transporte e garantam preços acessíveis para os produtos no mercado.