Home ECONOMIA Feliz dia das mulheres! Pesquisa da DIEESE mostra que mulheres em Santa Catarina (SC) recebem salário 25% menor que os homens

Feliz dia das mulheres! Pesquisa da DIEESE mostra que mulheres em Santa Catarina (SC) recebem salário 25% menor que os homens

A pesquisa foi compartilhada pela FUP, Federação Única dos Petroleiros.

by Daiane
Feliz dia das mulheres! Pesquisa da DIEESE mostra que mulheres em Santa Catarina (SC) recebem 25% menos que os homens

Uma pesquisa realizada pela Dieese em homenagem ao Dia das Mulheres, nesta quarta-feira, 08 de março, mostra que as mulheres em Santa Catarina (SC) recebem cerca de 25% a menos que os homens em relação a uma média salarial. Enquanto a média salarial masculina no estado está em torno de R$ 3.453, a feminina permanece em R$ 2.633. A pesquisa pode ser encontrada neste link. 

Segundo o Boletim Especial 8 de Março divulgado pelo Dieese nesta segunda-feira (6), as mulheres são as responsáveis pela maioria dos lares no Brasil. Entretanto, mesmo com essa liderança, as mulheres ainda enfrentam grandes desafios no mercado de trabalho, como altas taxas de desemprego e desalento, além de receberem salários menores que os homens.

Essas dificuldades fazem com que o Dia Internacional das Mulheres, comemorado em 8 de março, não seja um momento de celebração para elas. De acordo com o boletim, dos 75 milhões de lares brasileiros, 50,8% são chefiados por mulheres, o que equivale a 38,1 milhões de famílias. As mulheres negras lideram a maioria desses lares, correspondendo a 56,5%, enquanto as mulheres não negras lideram 43,5%, no terceiro trimestre de 2022.

Desigualdade de salários entre mulheres e homens é preocupante: mesmo mulheres liderando pouco mais de metade dos lares brasileiros, recebem menos!

De acordo com pesquisas recentes sobre o mercado de trabalho em Santa Catarina, as mulheres ainda enfrentam desigualdades salariais em comparação aos homens. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019, as mulheres catarinenses ganharam, em média, 20,4% a menos do que os homens naquele ano. É como se, a cada ano, estivesse trabalhando 77 dias de graça, enquanto um homem do mesmo cargo recebesse.

Outra pesquisa realizada pela Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Habitação em parceria com o Instituto de Estudos de Gênero da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que, em alguns setores, essa diferença é ainda mais expressiva. No ramo financeiro, por exemplo, a diferença salarial pode chegar a 29%, enquanto na construção civil, as mulheres ganham cerca de 35% a menos do que os homens.

Essa desigualdade também pode ser percebida no acesso a cargos de liderança. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apenas 37% dos cargos de gerência em Santa Catarina são ocupados por mulheres.

O que diz a pesquisa em relação aos dados nacionais?

Do total de trabalhadores brasileiros, 44,0% são mulheres e apresentam a liderança na taxa de desemprego, com 11,0%, enquanto os homens apresentam 6,9%, segundo dados de um boletim informativo. O estudo também aponta que 64,5% das pessoas que estão fora do mercado de trabalho são mulheres, e que 5,7% delas se encontram em uma situação de desalento. Além disso, 55,5% das pessoas que desistem de procurar trabalho são mulheres.

Com relação às mulheres empregadas, a proporção de subocupação é maior do que entre os homens, sendo que 7,8% das mulheres trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais, enquanto o percentual entre os homens fica em 5,1%.

As mulheres negras são as mais afetadas, apresentando uma taxa de 9,3% de subocupação, enquanto que entre as não negras o percentual é de 6,1%. No geral, a taxa de subutilização das mulheres é de 25,3%, enquanto entre os homens é de 15,9%. Entre as mulheres negras, essa taxa é ainda maior, chegando a 30,2%, enquanto entre as não negras fica em 19,2%. Além disso, as mulheres ganham, em média, 21% menos do que os homens, ou seja, R$ 2.305 para elas e R$ 2.909 para eles.

A diferença salarial entre homens e mulheres é observada em todos os setores, mesmo quando as mulheres são a maioria. No setor de serviços domésticos, por exemplo, elas representam cerca de 91% dos empregados e ganham 20% menos que os homens. No setor de educação, saúde e serviços sociais, as mulheres correspondem a 75% dos empregados e recebem em média 32% menos que os homens.

Renda familiar feminina é vinda, em sua maioria, do trabalho

O estudo também mostra que a fonte de renda das famílias lideradas por mulheres vem principalmente do trabalho (75,5%), seguida por aposentadoria e pensão (18,2%) e benefícios e programas sociais (2,6%).

O número de arranjos de casais sem filhos, núcleos unipessoais e famílias monoparentais com filhos ou parentes aumentou, enquanto os arranjos de casal com filhos diminuíram de 43,8% para 40,2% entre os terceiros trimestres de 2019 e 2022. Os casais sem filhos aumentaram de 18,3% para 19,0% no mesmo período. Arranjos unipessoais masculinos e femininos representaram 9,1% e 7,4%, respectivamente, no 3º trimestre de 2022, superando os percentuais de 2019.

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