O início do segundo semestre de 2023 para o setor da Indústria foi marcado por queda no faturamento e nas horas trabalhadas. A conclusão é do estudo ‘Indicadores Industriais’, que foi conduzido e divulgado recentemente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em que o mês de julho é aferido. De acordo com o documento, a “política monetária apertada” e o “ambiente de crédito desfavorável” foram os dois fatores que influenciaram negativamente nos índices, outrora positivos nos últimos dois anos, no setor.
Em comparação ao último mês houve uma redução de 0,9% no faturamento da indústria, segundo a pesquisa da CNI. Ainda conforme a estatística, ao se comparar julho de 2023 com julho de 2022, a retroação chega 6,8%. A justificativa é que, apesar das variações de crescimento aferidas no período, esses números não reduzem os indicativos de descenso.
Já na produção industrial o balanço entre junho e julho aponta que o sétimo mês de 2023 registrou um recuo de 0,2% em horas trabalhadas. Em movimento similar de oscilações no faturamento, a indústria avançou em produtividade, nos últimos doze meses, também 0,2%.
Cenário de estabilidade e alta
A pesquisa da CNI identificou um cenário de estabilidade em outros cenários da indústria brasileira, como o emprego. Ao se comparar junho e julho deste ano, a variação foi positiva em 0,1%. Na análise com 2022, houve um avanço de 0,4% nesse fator.
Um outro índice referente ao emprego permaneceu estável. Conforme o estudo, a massa salarial da indústria de transformação também subiu 0,1%, o que demonstra estabilidade. Em uma análise com os doze meses anteriores, o indicador mostra-se superior, cujo avanço ultrapassa os 2%.
Demonstração de confiança
Em uma outra pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria com 1.963 entre 1º a 9 de agosto de 2023, o ‘Índice de Confiança do Empresário Industrial’ (ICEI) aponta, em agosto de 2023, um avanço na confiança em 20 de 29 ramos industriais, de todos os portes e regiões brasileiras. Segundo o estudo, ainda é possível verificar que quatro destes setores avançaram da ‘falta de confiança’ para o estado de confiança. Na justificativa, o oitavo mês deste ano representa o melhor mês nessa avaliação desde outubro do ano passado.
Na escala adotada no ICEI, variável entre 0 a 100 pontos, os valores acima de 50 indicam a confiança do empresário. Os quatro setores que apresentaram os maiores índices foram:
- Perfumaria, limpeza e higiene pessoal (59,6)
- Extração de minerais não-metálicos (56,8)
- Manutenção e reparação (56,5)
- Biocombustíveis (56,2)
Houve ainda um registro de evolução na confiança da indústria dos mais variados portes. A alta na foi próxima aos 2 pontos nas pequenas empresas (1,6) médias (1,9) e nas grandes (1,8). Ao se analisar o panorama no País, quatro das cinco regiões brasileiras também avançaram nesse fator. O principal crescimento ocorreu no Centro-Oeste (3,1), seguido do Nordeste (2,3), Sudeste (2,2) e Norte (0,9). Apesar da subida em 1,1 ponto no ICEI, o Sul está no limite (49,9 pontos) da variação de confiança.