A expansão do grupo Brics, composto atualmente por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, tem gerado repercussões em todo o mundo. Com a adesão de seis novos membros a partir de janeiro de 2024 — Argentina, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã — o bloco se tornará um jogador de peso no cenário global da produção de petróleo e gás, detendo quase metade da produção mundial. A ampliação da produção de óleo e gás do grupo traz implicações significativas para a geopolítica energética e a economia global.
Nova composição do Brics e sua influência na produção de petróleo e gás
A partir de 2024, o Brics terá uma produção de petróleo diária de aproximadamente 36,7 milhões de barris diariamente (bpd). Isso representa uma fatia de 45% da extração mundial, que totaliza cerca de 81,2 milhões de barris/dia.
Essa nova conjuntura é fruto da entrada de países como a Arábia Saudita, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, e o Irã, que possui uma influência considerável na produção global. Em conjunto, os novos membros somarão uma produção conjunta de cerca de 42 milhões de barris equivalentes de petróleo por dia (boe/dia), aproximadamente metade da produção mundial.
Impactos na geopolítica energética global
A expansão do Brics representa uma vitória para a China, que planeja aumentar sua influência global. O crescimento do bloco ressalta a importância geopolítica dessas nações, cuja população conjunta passará a representar 46% da população global, enquanto o PIB por paridade de poder de compra chegará a 36,6% do total mundial.
A entrada de três novos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) — Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Irã — coloca o Brics em um cenário de maior destaque nas decisões sobre a produção e regulamentação do setor de petróleo.
Essa adição ao grupo significa que as nações do Brics estarão mais envolvidas nas discussões globais sobre energia, inclusive aquelas relacionadas a cortes e aumentos na extração conforme a demanda, que impactam os preços do petróleo em todo o mundo.
Potencial do Brics nas discussões sobre energia
Com uma produção combinada de óleo e gás que representa 36% da produção global de gás natural, o grupo tem o potencial de se tornar um fórum importante para discussões sobre energia. Isso pode ajudar a enfrentar debates complexos, como a transição energética, de maneira mais eficaz.
Países em desenvolvimento, como o Brasil, podem se beneficiar ao participar dessas discussões, buscando acordos menos punitivos para nações em crescimento, promovendo assim uma transição mais justa e inclusiva.
Presidente Lula comenta a expansão do bloco
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva salienta que o Brics não será apenas um mecanismo de imposição, como a Opep, mas sim um fórum de concentração e discussão política. A expansão do bloco trará mais voz para essas nações em debates globais sobre energia e outros temas cruciais.
A busca por uma moeda de referência do bloco para o comércio internacional e a busca por uma reforma da governança global demonstram o desejo de influenciar não apenas o cenário energético, mas também outros aspectos da economia e da política mundial.
Potencial de reconfigurar o equilíbrio do poder no cenário energético
A expansão do Brics para incluir novos membros, especialmente aqueles com influência significativa na produção de petróleo e gás, tem o potencial de reconfigurar o equilíbrio do poder no cenário energético global. Com quase metade da produção mundial de óleo e gás sob sua égide, o grupo estará no centro das discussões sobre a geopolítica energética, influenciando preços, acordos e estratégias em um mundo cada vez mais voltado para a energia e suas implicações.