Dados obtidos em pesquisa nacional da Serasa Experian, com base em números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que 28% dos produtores rurais do país estavam com dívidas ou débitos vencidos sem pagamento, ou seja, inadimplentes. Atualizado trimestralmente, o estudo aponta a faixa dos mais jovens – de 18 a 25 anos – como os trabalhadores com a maior incidência em atrasos. Já os idosos – acima de 60 anos – representam a menor faixa de contas em aberto.
A região Norte, com 40%, é entre as cinco do Brasil a que possui o índice mais elevado em inadimplência. Integram as regiões Nordeste (33%) e Centro-Oeste (30%) na sequência do ranking de trabalhadores em débito. O Sudeste e o Sul têm as menores taxas, 24% e 15%, respectivamente. Ao analisar as unidades federativas individualmente, o Amapá conta com o maior percentual de inadimplentes, e Santa Catarina, o menor.
A pesquisa tomou como base cerca de 10 milhões de perfis de pessoas físicas que possuem financiamentos da modalidade rural e/ou agroindustrial no Cadastro Positivo e donos de propriedades rurais, com CAR (Cadastro Ambiental Rural) ou Cafir (Cadastro Federal de Imóveis Rurais). Os indicadores elaborados levam em consideração fatores como dívidas dos produtores junto ao mercado, vencimentos em aberto e o histórico de pagamentos.
De acordo com a instituição organizadora do estudo, em comunicado à imprensa, o Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 5,1 milhões de estabelecimentos rurais e 15,1 milhões de produtores rurais, dentre os quais 10,1 milhões foram enquadrados como agricultores familiares. Desta forma, a amostra feita pela Serasa Experian é uma representação fidedigna da população de produtores rurais.
O que diz a Serasa Experian
Para amenizar as possibilidades de inadimplência, a Serasa orienta aos produtores rurais a prática de um planejamento financeiro e as variáveis existentes no setor. Além disso, a negociação de débitos próximos ao vencimento pode auxiliar o trabalhador a manter o seu nome sem restrições.
“Ainda que tenhamos uma fatia de produtores inadimplentes, esse número pode ser considerado baixo, pois, quando comparamos com toda a população negativada, por exemplo, o índice chegou a 43,7% em julho deste ano. Além disso, a relação com o estudo que fizemos em março deste ano mostra que o índice permaneceu praticamente estável, com aumento de 1%”, explicou, em nota, o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.