A escassez de estaleiros especializados em modernizações apresenta um desafio significativo para a transição energética no setor marítimo, conforme revelado pelo “Relatório de Retrofit de Motores da LR“. Com a necessidade urgente de modernizar a frota para adotar combustíveis mais limpos e reduzir as emissões de gases de efeito estufa, a falta de capacidade dos estaleiros ameaça as ambições de tornar o transporte marítimo mais sustentável. Para enfrentar esse desafio, são necessários investimentos em tecnologia, regulamentações claras e um foco na preparação da frota para combustíveis de emissão zero.
No cenário global de transição energética, o setor marítimo enfrenta desafios significativos, especialmente quando se trata da modernização de sua frota para adotar combustíveis mais sustentáveis. Um dos principais obstáculos é a escassez de estaleiros de reparação com experiência em conversões. Essa carência coloca em risco a transição energética marítima e a redução das emissões de gases de efeito estufa na indústria.
Um recente Relatório de Retrofit de Motores da LR revelou que a modernização de uma parte significativa dos 9.000 a 12.900 grandes navios mercantes estimados até 2030 poderia acelerar consideravelmente a transição energética. No entanto, a falta de estaleiros com capacidade para realizar essas conversões é um obstáculo crítico que ameaça essas ambições.
Além do prazo para novas construções, é essencial modernizar as embarcações mais antigas e menores para alcançar metas de emissões mais baixas. No entanto, essa tarefa apresenta desafios significativos em termos de capacidade de pátio, tecnologia de conversão e integração de sistemas. Claudene Sharpe-Patel, Diretora de Tecnologia do Lloyd’s Register, destaca a importância da descarbonização da frota existente para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na indústria marítima.
Sem avanços significativos nessa área, a dependência de combustíveis fósseis pode persistir em até 20.000 navios comerciais até 2050. O setor está se preparando para combustíveis com emissões zero, com embarcações já preparadas para amônia e metanol. Apesar disso, a classificação “combustível pronto” deixa dúvidas quanto aos custos e prazos reais para tornar um navio efetivamente capaz de operar com zero carbono.
Pensando em fornecer alternativas para os problemas de modernização, uma proposta chamada “Quadro Zero Ready” visa fornecer clareza sobre a prontidão dos navios, permitindo que as partes interessadas planejem melhor as modernizações. Compromissos financeiros e prazos específicos são a chave para gerenciar os riscos da transição energética nas frotas existentes.
As conversões de motores para combustíveis alternativos apresentam desafios complexos, especialmente na integração de sistemas em navios existentes. Isso envolve acomodar volumes maiores de tanques, preparação de combustível, segurança e treinamento da tripulação. O relatório destaca as questões regulatórias, como os requisitos da IMO para o uso de metanol como combustível e a ausência desses requisitos para o amoníaco.
A certificação NOx sob a MARPOL após uma grande conversão também é um ponto de discussão importante. Conforme destacado, a integração de sistemas de combustíveis alternativos requer novas competências dos estaleiros de reparação, incluindo arquitetura naval, engenharia elétrica e manuseio de combustível. Atualmente, apenas um número limitado de estaleiros é capaz de realizar essas conversões.
Modelos técnicos e econômicos sugerem que o uso de metanol ou amônia renováveis aumentaria os custos de combustível para navios em todos os segmentos. A competitividade depende da fixação do preço do carbono. Os custos de modernização também permanecem incertos, impactando o casof de negócios para proprietários e operadores. Em meio a esses desafios e incertezas quanto à transição energética, a busca por soluções inovadoras e a capacitação dos estaleiros serão cruciais para alcançar as metas de sustentabilidade no setor marítimo.
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