Na quarta-feira, (23), foi oficialmente inaugurado o maior parque eólico flutuante do mundo, localizado ao largo da costa oeste da Noruega. A gigante dos combustíveis fósseis, Equinor, é a responsável pelo ambicioso projeto denominado Hywind Tampern, que ostenta uma capacidade de 88 megawatts (MW) e tem como propósito principal prover energia para as plataformas de extração de petróleo e gás nas proximidades. Embora celebrado como um passo em direção à redução de emissões, o empreendimento não escapa de controvérsias.
O Hywind Tampern é um exemplo notável de inovação tecnológica, interligando 11 turbinas eólicas de grande porte ao fundo do mar por meio de uma nova abordagem técnica. Essa abordagem, apesar de suas contribuições à matriz energética, tem gerado debates entre os defensores do meio ambiente. Enquanto a energia gerada pelo parque eólico pode mitigar parte das emissões provenientes das operações de petróleo e gás, críticos argumentam que é imperativo cessar completamente a exploração de combustíveis fósseis.
A discussão acerca do papel das empresas de petróleo e gás na transição energética também é acalorada e controversa. Recentemente, um relatório da Greenpeace trouxe à tona a proporção relativamente baixa de investimentos da Equinor em “baixas emissões de carbono reais”. De acordo com a análise conduzida pela Greenpeace da Europa Central e Oriental (CEE), apenas 3% do orçamento da empresa norueguesa é direcionado a esses investimentos.
O empreendimento do parque eólico flutuante se concretizou por meio de uma colaboração entre a Equinor e outras empresas do setor petrolífero, como a OMV e a Vår Energi. A produção de energia teve início em novembro, alcançando sua capacidade máxima no começo deste mês.
A energia gerada pelo parque eólico será capaz de abastecer aproximadamente 35% da demanda energética de cinco plataformas offshore dedicadas à extração de petróleo e gás no Mar do Norte. Esse é um passo crucial para reduzir as emissões de CO2 dessas plataformas, que tradicionalmente operam com a queima de gasóleo ou gás.
A Equinor estima que a eletrificação dessas plataformas por meio da energia eólica poderá reduzir as emissões de CO2 em cerca de 200.000 toneladas por ano. Isso representa uma diminuição de 0,4% das emissões totais de dióxido de carbono da Noruega em 2022. A Hywind Tampern consiste em 11 turbinas eólicas ancoradas em uma base flutuante, que é fixada ao fundo do mar, uma técnica especialmente projetada para águas mais profundas próximas à costa.
A Equinor demonstra seu comprometimento em avançar nesse campo, buscando aprimorar ainda mais essa tecnologia. A Noruega traçou uma ambiciosa meta de alcançar 30 gigawatts de energia eólica offshore até 2040, um objetivo que dobraria a capacidade de geração de energia do país.
A eletrificação das instalações offshore e onshore é considerada vital para que a nação cumpra suas metas climáticas estabelecidas no Acordo de Paris. Segundo a Greenpeace, essas instalações contribuem com cerca de um quarto das emissões totais da Noruega. O país também planeja lançar um concurso para desenvolver seus primeiros parques eólicos comerciais, incluindo três parques flutuantes, no próximo outono.
Com todas as informações divulgadas até o momento, podemos concluir que a inauguração do maior parque eólico flutuante do mundo é um marco significativo tanto para a indústria energética quanto para o debate sobre a transição para fontes renováveis. Ao mesmo tempo que representa um avanço na direção de uma matriz energética mais limpa, ainda levanta questionamentos sobre a contribuição efetiva da Equinor e outras empresas de combustíveis fósseis nesse processo. Com a Noruega intensificando seus esforços em energia eólica offshore, a busca por soluções sustentáveis ganha cada vez mais importância no cenário global.
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