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Energia Eólica Offshore promete transformar o Brasil com mais de 500 mil empregos e R$ 900 bilhões em riqueza

Um estudo revelou que a Energia Eólica Offshore pode gerar mais de 516 mil empregos e agregar R$ 900 bilhões à economia brasileira.

by Andriely Medeiros
Um estudo revelou que a Energia Eólica Offshore pode gerar mais de 516 mil empregos e agregar R$ 900 bilhões à economia brasileira.

O setor de energia eólica offshore no Brasil tem um futuro promissor, de acordo com um novo estudo realizado pelo Banco Mundial em parceria com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). O relatório aponta que a energia eólica offshore pode transformar a economia brasileira, gerando mais de 516 mil empregos e contribuindo com um valor agregado bruto de pelo menos R$ 900 bilhões até 2050. Além disso, o potencial técnico do setor é impressionante, superando 1.200 gigawatts (GW), quatro vezes a capacidade instalada atual do país. No entanto, para que esses benefícios se concretizem, o Brasil enfrentará uma série de desafios significativos.

Potencial transformador da energia eólica offshore

O estudo revela que o Brasil tem a capacidade de adicionar entre 16 GW e 96 GW de energia eólica offshore até 2050, dependendo do cenário analisado — básico, intermediário ou ambicioso. Esse potencial é uma oportunidade significativa para o país, mas o relatório também destaca uma série de obstáculos que precisam ser superados.

Entre os principais desafios estão o custo inicial elevado dos projetos eólicos offshore e a necessidade de um forte suporte financeiro. O Brasil, assim como outros países, precisará de opções de financiamento concessional tanto do setor público quanto do privado para compensar os custos iniciais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) desempenhou um papel crucial na indústria eólica onshore do país, e o relatório sugere que um papel similar será essencial para a eólica offshore.

Considerações críticas e estratégias de mitigação

O secretário Nacional de Transição Energética e Planejamento do Ministério de Minas e Energia, Thiago Barral, destacou a importância de agir rapidamente para concluir o mapeamento ambiental e social e designar áreas para o desenvolvimento. “Estamos mobilizando um grupo de trabalho com vários entes da administração federal para que possamos pactuar ou, pelo menos, chegar a um consenso sobre a eólica”, afirmou Barral. Ele ressaltou que a sincronização das ações entre as instituições é crucial para avançar na regulamentação e na construção da infraestrutura necessária.

Outro ponto destacado pelo relatório é a complexidade ambiental e social da energia eólica offshore. A expansão do setor pode ter impactos significativos sobre a biodiversidade marinha e o tráfego marítimo. O estudo divide os impactos potenciais em três cenários: no cenário básico, os impactos são relativamente baixos devido ao uso limitado do leito marinho; no cenário intermediário, os impactos são maiores, especialmente se o desenvolvimento se expandir para o Sul; e no cenário ambicioso, o uso mais intenso do leito marinho levanta preocupações mais elevadas com as sensibilidades socioambientais.

Infraestrutura e logística para projetos

Em termos logísticos, o Brasil possui uma infraestrutura portuária robusta, mas nenhuma das instalações atuais está equipada para atender às exigências específicas dos projetos eólicos offshore. A construção e triagem de turbinas eólicas, especialmente as maiores com capacidade acima de 15 MW, exigirão investimentos significativos e o desenvolvimento de uma cadeia de suprimentos especializada.

O relatório recomenda que, inicialmente, sejam adotados requisitos limitados de conteúdo local para não elevar excessivamente o custo dos primeiros projetos. À medida que o setor se consolide, os incentivos ao conteúdo local podem ser gradualmente aumentados. Essa estratégia ajudará a equilibrar os custos e promover o crescimento sustentável da indústria.

Além disso, o estudo destaca que o Brasil precisa agir rapidamente para aproveitar o interesse atual no setor de energia eólica offshore. Com as condições de mercado mudando e os investidores se tornando mais cautelosos, a clareza sobre as rotas para o mercado e a obtenção de exclusividade dos leitos marinhos serão cruciais para atrair investimentos e garantir o sucesso dos projetos futuros.

A energia eólica offshore tem o potencial de revolucionar o setor energético brasileiro, oferecendo uma oportunidade de crescimento econômico e criação de empregos em larga escala. No entanto, para transformar esse potencial em realidade, o Brasil precisará superar uma série de desafios, incluindo o custo inicial dos projetos, a complexidade logística e as preocupações ambientais. Com ações coordenadas e investimentos estratégicos, o país pode se posicionar como um líder global na energia eólica offshore, aproveitando ao máximo essa fonte de energia renovável e sustentável.

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