Embraer e Raízen, empresa do setor de energia, vão desenvolver um sistema de produção de combustível de aviação sustentável (SAF)

A Embraer, uma fabricante de aviões brasileira, e a Raízen, uma empresa do setor de energia, se uniram para desenvolver um sistema de produção de combustível de aviação sustentável (SAF, sigla em inglês), isso dentro da agenda de compromissos voltados à sustentabilidade de ambas as companhias. No último final de semana foi assinada a carta de intenções e comprometimento.

Embraer e Raízen se unem para desenvolver combustível de aviação sustentável

O objetivo da Embraer é se tornar a primeira fabricante a abastecer suas aeronaves com combustível de aviação sustentável. Segundo alguns estudos, mais de 60% das suas emissões de CO2 são decorrentes da utilização de querosene de aviação, principalmente em ensaios e voos de produção. Perante os planos da Embraer, o foco inicial é neutralizar a emissão de carbono de todas as suas operações até o ano de 2040.

Segundo Carlos Alberto Griner, atual vice-presidente de pessoas, ESG e Comunicação da Embraer, o SAF possui um papel primordial no processo de redução das emissões de carbono da aviação, seja de curto e médio prazo.

Griner disse ainda que, com isso, o acordo entre as empresas pretende estimular cada vez mais o crescimento e a sustentabilidade da cadeia de valor, de modo geral.

Evolução nas pesquisas sobre combustíveis sustentáveis

Com a assinatura do acordo entre as companhias, a Raízen acaba sendo estimulada a reforçar o desenvolvimento e elaboração de pesquisas a respeito de combustíveis sustentáveis. A Raízen visa a ampliação de 80% sua oferta de combustíveis renováveis para o mercado já nos próximos anos.

Segundo Antonio Cardoso, vice-presidente de Marketing e Serviços da Raízen, é natural a empresa estar de olho em uma possível oferta de combustível de aviação sustentável, já que são um dos maiores produtores de etanol de cana-de-açúcar no mundo.

O que se espera é que a Raízen contribua para que a Embraer consiga atingir o objetivo de ter SAF representando nada mais que 100% de seu consumo de combustível de aviação no Brasil até o ano de 2030.

O SAF, ou combustível de aviação sustentável, como diz o próprio nome, é considerado uma alternativa sustentável para substituir os combustíveis fósseis, já que pode ser obtido por meio do refino de algas, resíduos agrícolas, óleo de cozinha, entre outros, segundo o Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Esse combustível de aviação sustentável promete reduzir em até 80% as emissões de dióxido de carbono (CO2) em comparação com o combustível tradicional utilizado.

Produção em larga escala pode demorar

Mesmo com todos os benefícios, ainda há diversos obstáculos para o crescimento desse tipo de combustível ao redor do mundo todo. O primeiro deles é o alto custo de produção desse combustível sustentável.

De acordo com especialistas na área, a produção de combustível sustentável pode custar até quatro vezes mais do que o combustível convencional.

No entanto, a expectativa é que, ao menos no início da fabricação em escala futuramente, os governos possam dar alguma ajuda em relação ao quesito tributário, isentando ou reduzindo impostos na produção do combustível.