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Desvalorização de carros elétricos, híbridos e a combustão no Brasil

A desvalorização dos carros no Brasil é um tema que gera preocupações e debates constantes entre os consumidores e entusiastas automotivos.

by Andriely Medeiros
A desvalorização dos carros no Brasil é um tema que gera preocupações e debates constantes entre os consumidores e entusiastas automotivos.

Uma análise recente da KBB Brasil revela que carros elétricos estão enfrentando uma desvalorização no mercado brasileiro em comparação com modelos híbridos e a combustão. No primeiro ano, a depreciação chega a 20%, enquanto híbridos apresentam 18% e carros a combustão, 15%. A percepção do consumidor e a insegurança em relação a novas tecnologias são os principais fatores que levam a esse cenário, tornando os híbridos mais populares devido à familiaridade com a mecânica tradicional. Assim, as tendências para os próximos anos podem ser bastante diferentes do que as montadoras esperam. 

KBB Brasil realiza estudo de comparação entre tipos de veículos no mercado do Brasil

A KBB Brasil realizou uma pesquisa recente sobre o mercado automotivo nacional e revelou que carros 100% elétricos tendem a se desvalorizar mais rapidamente em comparação com modelos híbridos e movidos a combustão. No primeiro ano, os carros totalmente elétricos perdem, em média, 20% do seu valor, enquanto híbridos apresentam uma depreciação de 18% e carros a combustão, 15%.

Segundo Fernando Barros, Head de Precificação da KBB, a desvalorização mais acentuada dos carros elétricos está ligada à percepção e insegurança dos consumidores em relação a esses modelos. O carro elétrico ainda é considerado uma novidade no Brasil, gerando receios entre os compradores. A maioria dos consumidores desses veículos possui um alto poder aquisitivo e prefere adquirir modelos zero quilômetro. Isso resulta em uma constante atualização de suas garagens, pressionando os preços dos modelos elétricos usados.

Além disso, a rápida defasagem entre os modelos elétricos, quando se tornam seminovos, dificulta sua recepção pelo público que prefere carros novos, reduzindo ainda mais os preços no mercado. Outro ponto destacado pela KBB Brasil são as incertezas sobre tecnologia, descarte de baterias e disponibilidade de pontos de recarga, que também contribuem para a desvalorização.

Um exemplo prático é observado na comparação entre o Nissan Leaf Tekna elétrico e o Mini Cooper Countryman Exclusive All4 1.5 híbrido. O Nissan Leaf teve uma desvalorização de aproximadamente 30% em 2023, enquanto o Mini Cooper teve uma depreciação de cerca de 12% no mesmo período.

Montadoras devem se atentar às tendências do mercado de carros no Brasil

Os dados da KBB Brasil reforçam a tendência do mercado brasileiro em receber melhor os modelos híbridos devido à familiaridade dos consumidores com a mecânica tradicional. Os carros a combustão também têm uma depreciação menor em comparação com os carros elétricos, como ilustrado pelo exemplo da BMW 118i Sport GP a gasolina, que teve uma valorização de 1,4% ao longo de um ano.

Barros reforça que a receptividade dos motoristas é maior para os modelos híbridos, motivada pela familiaridade com a mecânica tradicional e a busca por economia. Os consumidores ainda não estão totalmente confortáveis em testar a nova tecnologia oferecida pelos carros elétricos, priorizando a economia de combustível e a segurança na familiaridade da mecânica. Agora, cabe às montadoras se adaptarem às tendências do mercado nacional nos próximos anos!

Conheça alguns dos principais motivos para a desvalorização dos carros no Brasil

A desvalorização dos carros no Brasil é um tema que suscita preocupações e debates constantes entre os consumidores e entusiastas automotivos. Este fenômeno, que é uma realidade em muitos países, parece ser mais pronunciado no contexto brasileiro, onde diversos fatores contribuem para a rápida depreciação dos veículos.

Um dos principais motivos para a desvalorização dos carros no Brasil é a alta carga tributária incidente sobre a compra de veículos novos. Os impostos elevados, como o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), tornam os carros mais caros já no momento da compra, o que impacta diretamente na desvalorização inicial do veículo assim que ele sai da concessionária.

Além disso, a falta de infraestrutura e segurança viária no país também influencia na desvalorização dos automóveis. Estradas mal conservadas, altos índices de roubo e furto de veículos, e a falta de um sistema eficiente de transporte público fazem com que os carros sofram mais desgaste e danos, o que consequentemente reduz o seu valor de revenda.

Outro fator importante é a rápida obsolescência tecnológica dos veículos. Com o avanço constante da tecnologia automotiva, os carros tendem a se tornar obsoletos mais rapidamente, o que faz com que seus valores de revenda caiam significativamente com o passar dos anos.

Além disso, a grande variedade de modelos disponíveis no mercado brasileiro também contribui para a desvalorização dos carros. Com tantas opções disponíveis, os consumidores têm mais facilidade em encontrar um modelo semelhante por um preço mais baixo, o que acaba pressionando para baixo os preços de revenda dos veículos usados.

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