A General Motors (GM) anunciou uma mudança significativa em sua abordagem para o desenvolvimento de veículos autônomos. A empresa, que anteriormente investia pesadamente no projeto de um carro sem volante, conhecido como Cruise Origin, decidiu redirecionar seus esforços para o desenvolvimento de uma nova geração do Chevrolet Bolt. Essa decisão reflete uma estratégia mais prática e econômica para o futuro dos veículos autônomos.
Em 2022, a GM havia solicitado permissão à Administração Nacional de Segurança de Tráfego Rodoviário dos EUA (NHTSA) para operar até 2.500 veículos Cruise Origin por ano. Esses veículos são projetados para operar sem volante, pedais ou espelhos, representando um avanço significativo na tecnologia de carros sem motorista. No entanto, até o momento, a NHTSA não tomou uma decisão sobre essa solicitação.
O porta-voz da GM explicou que a decisão de concentrar recursos no desenvolvimento do Chevrolet Bolt é uma resposta a desafios regulatórios e de escalabilidade. “Essa mudança cria uma opção mais econômica e escalonável para buscar um futuro autônomo mais rápido, ao mesmo tempo em que evita o caminho incerto para a conformidade regulatória nos EUA, o que poderia impedir o crescimento da escala do Origin”, disse o porta-voz.
A GM e sua unidade Cruise enfrentaram um período conturbado após um acidente envolvendo um táxi autônomo da Cruise em outubro. O incidente, no qual um veículo autônomo atingiu um pedestre e o arrastou por seis metros, resultou em investigações por parte da NHTSA, do Departamento de Justiça e da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). Além disso, o Departamento de Veículos Motorizados da Califórnia revogou a permissão das empresas para operar veículos autônomos.
Em resposta a esses desafios, a Cruise interrompeu temporariamente a produção do Origin em novembro. A empresa já havia produzido centenas de veículos, o que, segundo eles, seria suficiente para o curto prazo. A Cruise planejava retomar a produção quando estivesse pronta para aumentar a escala.
A presidente-executiva da GM, Mary Barra, destacou que, nos últimos meses, a Cruise reiniciou os testes de seus táxis autônomos com motoristas humanos em cidades como Phoenix, Houston e Dallas. Em junho, a empresa também contratou um novo presidente-executivo para liderar a Cruise.
Barra observou que o plano revisado de desenvolvimento, que agora se concentra no Chevrolet Bolt, permitirá uma redução significativa nos custos por unidade. Isso, segundo ela, ajudará a Cruise a otimizar seus recursos e enfrentar os desafios financeiros que a empresa tem enfrentado.
Desde 2017, a Cruise acumulou prejuízos superiores a 8 bilhões de dólares. A GM, que anteriormente havia projetado que a Cruise poderia gerar até 50 bilhões de dólares em receita anual até 2030, anunciou em janeiro que iria cortar cerca de 1 bilhão de dólares em gastos com a empresa. Essa decisão reflete a necessidade da GM de reavaliar e ajustar sua estratégia financeira para a unidade de veículos autônomos.
Mary Barra afirmou que a mudança de foco para o desenvolvimento do Chevrolet Bolt permitirá à Cruise reduzir custos e ajustar sua abordagem para enfrentar um mercado competitivo e regulatório desafiador. A nova estratégia visa criar uma solução mais prática e viável no curto prazo, enquanto a GM continua a explorar o futuro dos veículos autônomos.
A decisão da GM de suspender o desenvolvimento do carro sem volante, o Cruise Origin, e concentrar-se no Chevrolet Bolt reflete um ajuste estratégico em resposta a desafios regulatórios e financeiros. Com a mudança de foco, a empresa busca otimizar recursos e enfrentar as dificuldades econômicas enquanto continua a investir no futuro dos veículos autônomos. A GM espera que a nova abordagem permita uma progressão mais rápida e sustentável no mercado de veículos autônomos.
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