A petroleira ConocoPhillips conquistou uma vitória na Justiça federal americana na última quinta-feira, 10, quando a juíza Sharon Gleason rejeitou ações judiciais de grupos ambientais, permitindo que a empresa avance com a perfuração do Projeto Willow, localizado no Alasca. A decisão representa um marco importante em meio a crescentes controvérsias sobre a exploração de petróleo em áreas sensíveis.
Desafios e controvérsias: Projeto Willow em meio a debates ambientais
A ConocoPhillips afirma que o Projeto Willow, apoiado pela comunidade local, poderá gerar entre US$ 8 bilhões e US$ 17 bilhões em receitas para a região conhecida como North Slope. Estima-se que a produção atinja 180 mil barris/dia, consolidando a posição da empresa como a maior produtora de petróleo no Alasca, atualmente extraindo 200 mil barris de óleo equivalentes por dia (boe/dia).
No entanto, ativistas contestam, argumentando que o projeto é inconsistente com as iniciativas do governo americano em prol da transição energética. O governo Biden, eleito em 2021 com a promessa de encerrar novas perfurações de petróleo em terras públicas, deu aval à ConocoPhillips em março deste ano, reduzindo o número de perfurações de cinco para três.
Ativistas, apoiados pelo Inflation Reduction Act (IRA), questionam a compatibilidade do Projeto Willow com os esforços governamentais em favor da transição energética. A região, que já foi palco de um dos maiores desastres ambientais em 1989, quando o navio Exxon Valdez provocou um derramamento de petróleo, agora enfrenta preocupações ambientais relacionadas às emissões do projeto, estimadas em 4,3 milhões de toneladas por ano.
ConocoPhillips defende projeto como impulso econômico e apoio local
A ConocoPhillips se defende, argumentando que o projeto contribuirá com apenas 1% das emissões americanas e destaca a importância de reduzir a dependência do país de importações de petróleo. Comprometendo-se a adotar tecnologias para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, a empresa alega que, mesmo em um cenário de transição energética acelerada, a demanda global por petróleo persistirá nas próximas décadas.
Os Estados Unidos, atualmente os maiores produtores globais de petróleo e gás, enfrentam um dilema sobre a exploração de novas fronteiras em meio à busca pela redução do uso de combustíveis fósseis. Analistas, como Mark Oberstoetter da consultoria Wood Mackenzie, alertam que a falta de novos projetos no Alasca pode afetar o gasoduto Trans Alaska, comprometendo toda a produção regional. Para a ConocoPhillips, o aumento da produção no Alasca também representa uma oportunidade de diversificar seu portfólio, atualmente focado na Bacia do Permiano.
Balanço entre desenvolvimento e sustentabilidade
A ConocoPhillips assegura que implementará iniciativas de mitigação de impactos, incluindo a construção de estradas e medidas de proteção ao meio ambiente local. Adaptações operacionais, como a separação entre dutos e estradas para preservar a movimentação de renas e a ausência de linhas de transmissão de energia para proteger aves, são parte do compromisso da empresa. A empresa também ressalta que o projeto Willow está localizado fora do habitat dos ursos polares e garante não construir infraestrutura a menos de 150 metros de áreas de pesca.
Diante da contínua discussão sobre a expansão da exploração de petróleo em regiões ambientalmente sensíveis, o Projeto Willow no Alasca permanece como um ponto focal, onde desafios ambientais e econômicos colidem. O desfecho desse projeto pode influenciar debates semelhantes em todo o mundo, à medida que governos e empresas buscam equilibrar a necessidade de energia com a preservação ambiental.
Conheça um pouco mais sobre a ConocoPhillips
A ConocoPhillips é uma das maiores empresas de energia integrada do mundo, com atividades em exploração e produção de petróleo e gás natural, refino e comercialização de produtos petrolíferos. A empresa tem uma presença global significativa e está envolvida em todas as fases da cadeia de valor do setor de energia.