Ponta Grossa (PR) inicia um marco na sua história de transporte coletivo na última terça-feira (1), com a demonstração pioneira de um ônibus 100% movido a gás natural. A ação é fruto da parceria entre a Companhia Paranaense de Gás (Compagas), a fabricante de veículos Scania e a Prefeitura de Ponta Grossa. O projeto, que já foi realizado em outros locais do Paraná, visa promover a mobilidade urbana sustentável, reduzindo as emissões de poluentes e contribuindo para metas de sustentabilidade.
Parceria entre Compagas e Scania promove testes de mobilidade urbana sustentável no Paraná
A cerimônia de anúncio ocorreu no dia 31 de julho, com a presença da prefeita Elizabeth Silveira Schmidt, destacando a relevância da iniciativa para o município. A Casa Scania Cotrasa estará dando suporte técnico durante o período de testes ao cliente escolhido, a Viação Campos Gerais (VCG).
A parceria entre Compagas e Scania já havia realizado demonstrações em outras cidades do Paraná ao longo de 2023, como na Região Metropolitana de Curitiba, em parceria com o Governo do Estado, e na capital, com a Prefeitura de Curitiba, entre março e maio. Além disso, durante todo o mês de junho, o mesmo veículo foi testado em Londrina (PR), sendo abastecido exclusivamente com biometano, uma experiência inédita no país.
O ônibus em demonstração em Ponta Grossa percorrerá diversas linhas, abrangendo as principais vias da cidade e atendendo a diferentes perfis de usuários. A Viação Campos Gerais (VCG) incluiu o veículo em sua frota e operará de segunda a sábado, nos mesmos horários dos ônibus convencionais que passam pelos terminais Nova Rússia, Uvaranas, Central e Oficinas.
A VCG, representada por Rodrigo Venske, diretor de Relações Institucionais, considera essa iniciativa fundamental para avaliar a viabilidade e o desempenho do veículo a gás da Scania. O gás natural é uma alternativa menos poluente em relação aos combustíveis líquidos, mesmo sendo de origem fóssil. Sua queima é mais limpa, resultando em menos fuligem e emissões reduzidas de dióxido de carbono (CO2), um dos principais gases de efeito estufa (GEE).
Comparado ao diesel, o ônibus movido a gás natural pode emitir até 20% menos CO2, além de reduzir os óxidos de nitrogênio (NOx) em quase 90% e o material particulado em 85%. Essa diminuição de poluentes tem impacto direto na saúde da população, contribuindo para a redução de doenças cardiovasculares e respiratórias associadas a esses gases.
Ônibus movido a gás natural da Scania traz redução significativa nas emissões de poluentes
O ônibus em teste é o modelo padron K 280, fabricado pela Scania, possui 14 metros de comprimento e capacidade para transportar 86 passageiros. O veículo é equipado com elevador para acessibilidade e espaço interno para cadeirantes, oferecendo segurança e comodidade para todos os usuários.
Seu motor é Ciclo Otto, o mesmo conceito utilizado em automóveis, e é movido 100% a gás e biometano, ou uma mistura de ambos. Vale destacar que o veículo não é uma conversão do diesel para o gás, mas sim um modelo desenvolvido com tecnologia confiável e segura, garantindo desempenho consistente e força semelhante aos modelos a diesel, porém com a vantagem de ser mais silencioso.
Em relação à segurança, o ônibus conta com oito cilindros de gás instalados na lateral dianteira, proporcionando uma autonomia de 300 km. Em caso de acidentes ou anomalias, os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro, e três válvulas (vazão, pressão e temperatura) liberam o gás para a atmosfera, evitando riscos de explosões. Essa robustez é reforçada pelo uso de materiais similares aos das ogivas de mísseis nos cilindros, garantindo a segurança em todas as situações.
Com essa iniciativa, a Compagas, Scania e a Prefeitura de Ponta Grossa reforçam o compromisso com a busca por soluções mais sustentáveis no transporte público, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
O projeto também evidencia o papel das parcerias público-privadas na promoção de inovação e tecnologias mais limpas para o setor de mobilidade urbana. Ao longo dos próximos 30 dias, a comunidade poderá acompanhar de perto essa iniciativa inovadora e seus impactos positivos na cidade de Ponta Grossa.