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Comgás, a maior compradora de gás do mercado brasileiro, fecha parceria inédita com a Shell e diversifica o seu portfólio

Concessionária de gás canalizado de São Paulo expande portfólio de suprimento de gás natural, reduzindo dependência da Petrobras.

by Marcelo Santos
Comgás, a maior compradora de gás do mercado brasileiro, fecha parceria inédita com a Shell e diversifica o seu portifólio

A Comgás, uma das principais concessionárias de gás canalizado em São Paulo, deu um passo significativo na diversificação de seu portfólio de suprimento de gás natural ao fechar um contrato de fornecimento com a petroleira Shell em dezembro. Esse acordo representa um avanço na estratégia da Comgás de reduzir sua dependência da Petrobras como única fornecedora de gás natural. A distribuidora, controlada pela Compass, do grupo Cosan, é a maior compradora de gás do mercado brasileiro, com 13,125 milhões de m³/dia sob contrato em 2024.

Abertura para novos fornecedores

Em 2023, a Comgás iniciou uma chamada pública com o objetivo de atrair novos supridores de gás natural. Os contratos anteriores com a Petrobras estavam previstos para vencer no final do ano passado, e era necessário recontratar a maior parte dos volumes. Embora a empresa não pretendesse conquistar independência total da Petrobras, esperava-se que a concorrência ajudasse a obter melhores condições contratuais.

No entanto, a distribuidora anunciou que apenas a Petrobras apresentou uma oferta de volume suficiente para atender ao mercado cativo da concessionária no curto prazo. Isso destacou a posição de liderança da Petrobras no mercado brasileiro de gás natural.

Contrato com a Petrobras

A Comgás assinou um contrato de longo prazo com a Petrobras, válido de 2024 a 2034, na modalidade firme inflexível, que prevê um total de 9,5 milhões de m³/dia para 2024, com uma redução gradual até 4,75 milhões de m³/dia entre 2031 e 2034. Esse contrato proporciona à Comgás oportunidades para adquirir gás de outros fornecedores ou renegociar com a Petrobras em termos diferentes.

O preço do gás no contrato com a Petrobras foi definido em relação ao preço do barril de petróleo do tipo Brent, sendo 11,9% do preço do Brent para 2024 e 2025. A partir de 2026, o preço do gás será indexado em parte ao Brent (80% do volume) e em parte (20%) ao Henry Hub, o preço de referência do gás nos Estados Unidos.

Contrato com a Shell

Em seu esforço de diversificação, a Comgás fechou um contrato com a Shell no final do ano passado, na modalidade firme flexível, com uma precificação de 11,7% do preço do Brent. Esse contrato representa um fornecimento adicional de 500 mil m³/dia, equivalente a quase 4% do volume total contratado pela Comgás.

Essa parceria com a Shell marca um passo importante na busca da Comgás por fontes alternativas de gás natural, reduzindo a concentração de fornecedores e fortalecendo sua posição no mercado.

Comgás espera receber gás do Terminal de Regaseificação de São Paulo

Além do contrato com a Shell, a Comgás também está na expectativa de começar a receber gás do Terminal de Regaseificação de São Paulo (TRSP), que pertence ao mesmo grupo, a Compass. A distribuidora tem um contrato para aquisição de 3,125 milhões de m³/dia do TRSP.

No entanto, a conexão do TRSP à concessão da Comgás pelo Subida da Serra, um gasoduto do projeto Reforço Metropolitano, está no centro de um impasse sobre sua classificação como transporte ou distribuição. O acordo entre a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp) e a Comgás ainda está em discussão.

A Comgás está fazendo avanços significativos na diversificação de seus fornecedores de gás natural, reduzindo sua dependência histórica da Petrobras. A parceria com a Shell e a expectativa de receber gás do TRSP são passos importantes para fortalecer sua posição no mercado de energia e garantir um suprimento confiável para seus clientes em São Paulo. A busca por fontes alternativas e a competição entre fornecedores têm o potencial de melhorar as condições contratuais e impulsionar a indústria de gás natural no Brasil.

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