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Projeto Ventos de Libra: Petrobras, Shell e outras empresas do setor investiram R$ 8 milhões em estudos de Energia Eólica Offshore no Brasil

A Petrobras lidera o cenário nacional com o maior potencial em projetos para geração de energia eólica offshore.

by Andriely Medeiros
A Petrobras lidera o cenário nacional com o maior potencial em projetos para geração de energia eólica offshore.

A Petrobras, em parceria com Shell Brasil, TotalEnergies, CNPC, CNOOC e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), deu início a uma ambiciosa série de medições eólicas em alto-mar, focada na região do pré-sal. As primeiras coletas de dados ocorrem no Campo de Búzios, na Bacia de Santos, e serão expandidas para o Campo de Mero ao longo deste ano.

Projeto Ventos de Libra visa coletar dados inéditos para impulsionar projetos na região

O Projeto Ventos de Libra, um investimento de R$ 8 milhões, visa reunir dados inéditos e de alta qualidade sobre os padrões de vento na região. Essas informações serão cruciais para subsidiar futuros projetos de energia eólica offshore no pré-sal. A Petrobras lidera o cenário nacional com o maior potencial em projetos de geração eólica offshore, evidenciado por sua capacidade protocolada junto ao Ibama.

Jean Paul Prates, presidente da Petrobras, destaca a importância estratégica do Projeto Ventos de Libra: “Trata-se de mais uma iniciativa para desenvolver conhecimento e capacitação no segmento de eólicas offshore, com a participação de parceiros significativos no pré-sal e do setor acadêmico.”

Além de fornecer dados essenciais para o dimensionamento das turbinas eólicas, a pesquisa visa avanços científicos em modelagem do vento, metodologia de medição de dados e redução de incertezas. O projeto enfrenta desafios científicos e tecnológicos significativos, especialmente nas condições específicas do pré-sal, a cerca de 200 km da costa, em profundidades d’água de até 2 mil metros.

O que dizem os diretores da Petrobras sobre o projeto

Joelson Mendes, diretor de Exploração e Produção da Petrobras, destaca a importância das tecnologias empregadas no projeto: “Os projetos eólicos offshore consistem em um grande desafio científico e tecnológico, ampliado pelas condições que se apresentam na região do pré-sal.”

Maurício Tolmasquim, diretor de Transição Energética e Sustentabilidade, ressalta que os resultados do projeto podem indicar caminhos para a contínua descarbonização das atividades da Petrobras, alinhando-se ao Plano Estratégico da empresa.

Carlos Travassos, diretor de Engenharia e Tecnologia e Inovação da Petrobras, destaca a trajetória da empresa na área eólica: “Há uma década, a empresa iniciou estudos de viabilidade para implantação da atividade eólica offshore, com a instalação da primeira torre anemométrica, no mar do Brasil.”

Petrobras lidera estudos para Energia Eólica Offshore

A estação de medição de ventos foi instalada no navio-plataforma P-75, no Campo de Búzios, utilizando a tecnologia Lidar (Light Detection and Ranging). Essa tecnologia, com outros sensores, fornecerá dados valiosos para os estudos de aprimoramento dos métodos de medição de dados eólicos offshore. Os dados serão transmitidos diretamente para o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras, o Cenpes, onde serão avaliados ao longo de um período de 3 anos.

O Projeto Ventos de Libra é liderado por duas mulheres de grande relevância, sendo elas: Cristiane Lodi, engenheira que coordena o projeto pela Petrobras e pelo consórcio de Libra, e a professora Adriane Prisco Petry, da UFRGS, que lidera o NIEPIEE (Núcleo de Integração de Estudos, Pesquisa e Inovação em Energia Eólica).

Com a participação de aproximadamente 50 pesquisadores, o NIEPIEE inclui especialistas do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e Universidade Federal do Rio Grande (FURG). O Consórcio de Libra, operado pela Petrobras em parceria com Shell Brasil, TotalEnergies, CNPC, CNOOC e PPSA, desempenha um papel fundamental nesse projeto inovador.

Entenda a importância nos estudos realizados pela Petrobras e parceiras

Os estudos sobre energia eólica desempenham um papel fundamental no futuro do Brasil, abordando diversas questões cruciais. Em primeiro lugar, a sustentabilidade ambiental é uma prioridade, e a energia eólica oferece uma fonte limpa e renovável, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa e alinhando-se com os esforços de combate às mudanças climáticas. Isso é particularmente relevante para o Brasil, que visa preservar ecossistemas de grande importância, como a Floresta Amazônica.

Além disso, a diversificação da matriz energética é estratégica. A dependência excessiva de fontes não renováveis pode expor o país a flutuações nos preços desses recursos no mercado internacional. Investir em energia eólica oferece uma alternativa confiável, tornando a matriz energética mais resiliente e menos suscetível a choques externos.

Os estudos nesse campo também impulsionam o desenvolvimento tecnológico e industrial. Ao buscar soluções mais eficientes, o Brasil não apenas inova no setor energético, mas também fomenta o crescimento da indústria de tecnologia limpa. Isso não só contribui para a autossuficiência tecnológica, mas também gera oportunidades de emprego, fortalecendo a economia nacional.

Além disso, a independência energética é um objetivo estratégico. Ao investir em fontes renováveis, como a energia eólica, o Brasil reduz a dependência de combustíveis fósseis importados, fortalecendo a segurança energética e reduzindo a vulnerabilidade a oscilações nos preços globais do petróleo.

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