O mercado de combustíveis global está assistindo à chegada de mais uma grande aposta para reduzir a dependência do petróleo: o e-fuel. Também chamado de gasolina sintética, esse é um combustível que não leva óleo na sua produção, além de ser uma alternativa para os veículos de combustão. A gasolina sintética leva em sua composição hidrogênio e o dióxido de carbono, ao contrário do óleo.
E-Fuel: Saiba como a nova gasolina pode revolucionar o mercado de combustíveis
Em uma importante reviravolta para a indústria de combustíveis, uma nova forma de gasolina, conhecida como e-fuel ou gasolina sintética, está sendo cotada para uma produção em larga escala, oferecendo uma solução promissora para a dependência do petróleo e as flutuações nos preços dos combustíveis.
Ao contrário da gasolina tradicional, essa nova opção não depende do petróleo como matéria-prima. Recentemente, a Petrobras anunciou uma nova política de preços para a gasolina, visando torná-la mais acessível aos consumidores. No entanto, o preço ainda está vinculado às oscilações no mercado internacional do petróleo. É aí que o e-fuel surge como uma alternativa inovadora.
Uma das principais vantagens da produção dessa gasolina é que ela permite uma sobrevida aos veículos de combustão interna, que ainda são amplamente utilizados. Com a nova gasolina, esses veículos poderão continuar circulando normalmente, sem depender das variações internacionais do petróleo. Isso ocorre porque o combustível é produzido a partir de matérias-primas disponíveis na atmosfera, como hidrogênio e dióxido de carbono, reduzindo significativamente a dependência dos recursos finitos de petróleo.
Além de proporcionar uma maior estabilidade nos preços dos combustíveis, a produção em larga escala da gasolina sintética também terá um impacto positivo no meio ambiente. Ao utilizar o dióxido de carbono disponível na atmosfera como um dos componentes-chave, a nova gasolina contribuirá para a redução das emissões de gases de efeito estufa, auxiliando na luta contra as mudanças climáticas.
Outro ponto a favor do combustível é que ele pode ser utilizado nos motores atuais, sem a necessidade de quaisquer alterações nos veículos. Isso significa que os motoristas poderão abastecer seus carros com a nova gasolina assim que estiver disponível nos postos de combustíveis, sem se preocupar com a compatibilidade do motor.
Produção da gasolina sem petróleo ainda enfrenta dificuldades
A produção da nova gasolina sintética, apesar de suas vantagens, enfrenta desafios significativos que precisam ser superados. Um dos principais obstáculos é o alto custo envolvido em sua produção, conforme destacado pelo engenheiro Everton Lopes em uma entrevista ao UOL.
A dificuldade reside principalmente na obtenção do hidrogênio, uma das matérias-primas essenciais para a produção da gasolina. A extração do hidrogênio da atmosfera ainda é um processo oneroso, e os pesquisadores e cientistas estão em busca de soluções para reduzir os custos envolvidos na etapa de obtenção desse componente.
Atualmente, a técnica mais comum para a obtenção de hidrogênio é a eletrólise, que utiliza excesso de eletricidade para separar o hidrogênio da água. No entanto, é necessário encontrar maneiras mais eficientes e econômicas de realizar essa produção. Outro desafio mencionado por Lopes é a predominância e acessibilidade do petróleo como fonte de energia.
A indústria automotiva e os consumidores estão acostumados com a gasolina tradicional, e a transição para um novo combustível pode encontrar resistência devido a essa facilidade de acesso ao petróleo e seus derivados. No entanto, ao longo dos próximos anos, a produção da nova gasolina sintética sem petróleo pode se tornar cada vez mais viável no mercado global.
O novo combustível e-fuel é a grande aposta para reduzir a dependência do petróleo na produção da gasolina. Empresas do setor automobilístico já investem no desenvolvimento do produto.