A indústria brasileira está prestes a passar por uma revolução tecnológica sem precedentes, e os setores de bens de capital, agroindústria e automotivo emergem como os líderes na adoção de tecnologias 4.0 para impulsionar a competitividade até 2027.
Em suma, essa é a conclusão de uma pesquisa inédita conduzida pelo Projeto Indústria 2027, uma iniciativa conjunta da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), em colaboração com os institutos de economia das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual de Campinas (Unicamp).
Concisamente, a pesquisa de campo envolveu 753 empresas distribuídas em dez setores industriais, incluindo aeroespacial, agroindústrias, automotivo, bens de capital, bens de consumo, farmacêutica, insumos básicos, petróleo e gás, química e tecnologias da informação e comunicação.
Contudo, um ponto destacado foi que 65% dos entrevistados acreditam que tecnologias avançadas, como inteligência artificial, internet das coisas, nanotecnologia, novos materiais, biotecnologia e produção conectada, terão um impacto significativo na indústria na próxima década.
No entanto, a pesquisa revela que, para alguns setores, a inovação terá um impacto ainda mais pronunciado. Desse modo, 71% dos representantes de bens de capital acreditam que a inovação terá uma influência alta ou altíssima sobre o desempenho do setor, seguidos por 70% na agroindústria e 68% no setor automotivo.
Conforme o estudo, se as expectativas se concretizarem, as transformações na indústria ocorrerão principalmente na produtividade e na competitividade dos produtos brasileiros. Sendo assim, empresas mais eficientes e produtivas, cadeias de valor com intensidade tecnológica avançada e um ambiente competitivo moldado por níveis tecnológicos elevados são algumas das previsões destacadas no documento.
Além disso, a pesquisa também revelou os setores que já operam no modelo 4.0, com o setor automotivo liderando a corrida tecnológica com um impressionante 2,9% de digitalização.
Em seguida, encontram-se os setores de bens de consumo (2%) e agroindústria (1,8%). Olhando para o futuro, as perspectivas de uso das tecnologias na próxima década são otimistas. Especialmente nos setores de tecnologias da informação e comunicação (31,5%), química (28,2%) e bens de capital (27,3%).
No entanto, é importante notar que a expectativa média para a indústria em geral é que 23,9% das empresas operem no modelo 4.0 nos próximos dez anos, evidenciando um caminho a percorrer. Atualmente, apenas 1,6% das indústrias afirmam produzir na fronteira da tecnologia.
Com base nas respostas e na análise das inovações disruptivas sobre os setores industriais brasileiros, o Projeto Indústria 2027 destaca cinco eixos para induzir o país a avançar em direção à digitalização.
Colocar o tema no mais alto nível de governo.
Investir na capacitação de pessoas e empresas, incluindo o ensino de tecnologias digitais em todos os níveis de educação.
Digitalizar o Estado para reduzir custos, ampliar a transparência e melhorar os serviços governamentais.
Definir estratégias corporativas diferenciadas de acordo com estágios de desenvolvimento das empresas.
Disponibilizar recursos estratégicos, incluindo a descompressão de recursos federais para ciência, inovação e tecnologia.
Em conclusão, o Brasil está diante de oportunidades significativas, mas é crucial colocar a inovação e a tecnologia no topo das prioridades, reconhecendo que são investimentos de médio e longo prazo.
Sendo assim, uma parceria sólida entre o Estado e o setor privado, aliada à aprovação da sociedade, são aspectos essenciais para o desenvolvimento nesse sentido, como destaca Luciano Coutinho, coordenador-geral do Projeto Indústria 2027.
Em geral, o país tem a oportunidade de se posicionar como líder na revolução industrial 4.0, mas a ação imediata e coordenada é a chave para o sucesso nesse caminho de inovação e competitividade.
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