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Chineses avaliam investimento de 600 milhões de dólares para construir fábrica de aminoácidos com base no milho em Mato Grosso

Delegação de empresários chineses avalia potencial do Mato Grosso para sediar nova fábrica de aminoácidos.

by Marcelo Santos
Chineses avaliam investimento de 600 milhões de dólares para construir fábrica de aminoácidos com base no milho em Mato Grosso

Um grupo de investidores chineses da Ningxia Eppen, empresa líder global na indústria de aminoácidos, esteve no Brasil na última semana com o intuito de explorar a possibilidade de construir uma nova fábrica no Mato Grosso. A comitiva chinesa foi recebida por autoridades estaduais, incluindo o vice-governador Otaviano Pivetta e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.

Investimento de 600 milhões de dólares em Mato Grosso

A visita dos chineses teve como principal foco o interesse em investir em aminoácidos a partir do milho, com a intenção declarada de aportar cerca de 600 milhões de dólares para a produção do insumo por meio do processamento do cereal no país. O projeto almeja uma produção anual de aproximadamente 350 mil toneladas de diversos aminoácidos e 200 mil toneladas de subprodutos, além da geração de cerca de mil empregos diretos no Estado.

“Mato Grosso se destaca como o maior produtor de milho do país, além de ser referência na produção de etanol de milho, aspectos que chamaram a atenção dos executivos da Ningxia Eppen e motivaram a visita ao Estado”, destacou o secretário César Miranda. A proximidade com áreas de cultivo de milho é um fator crucial para a instalação da nova fábrica, pois reduziria significativamente os custos logísticos associados ao transporte da matéria-prima.

Chineses visitam Cuiabá, Nova Mutum e Cáceres

Durante os três dias de estadia em Mato Grosso, a delegação chinesa visitou diversas cidades, incluindo Cuiabá, Nova Mutum e Cáceres, além de conhecer a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Reuniões com autoridades locais, como o vice-governador Otaviano Pivetta, prefeitos das cidades visitadas e o secretário César Miranda, também fizeram parte da agenda.

Um ponto que chamou a atenção dos investidores chineses foi o uso extensivo de biomassa nas indústrias locais, uma fonte de energia limpa e renovável. Isso contrasta com a realidade chinesa, onde o carvão ainda desempenha um papel central na matriz energética industrial.

“A possibilidade de utilizar biomassa como fonte de energia térmica é algo que não podemos fazer na China devido às nossas leis ambientais. Isso sem dúvida é um diferencial competitivo do Mato Grosso”, comentou Bai Pengya, gerente do Departamento de Tecnologia da Ningxia Eppen.

Chineses afirmam que Mato Grosso tem 80% das chances de receber a nova fábrica

Os preços da saca de milho em Nova Mutum também foram destacados pelos chineses, que enxergam no Mato Grosso 80% das chances de se tornar sede da nova fábrica da empresa. “Mato Grosso é um bom lugar. Aqui há abundância de recursos e potencial para o futuro. Produzindo localmente, podemos tanto exportar para a China quanto importar produtos de lá”, ressaltou Bai Pengya.

A proximidade com a Bolívia e o consequente acesso facilitado ao gás natural, além das facilidades logísticas para exportação oferecidas pela ZPE, foram aspectos adicionais destacados pela comitiva chinesa. “Tudo isso, somado ao uso da biomassa, aumenta a eficiência produtiva e diminui a dependência de insumos importados para a produção dos aminoácidos”, explicou Linacis Silva, superintendente de Agronegócios da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).

Aprovação do governo Chinês

Apesar do otimismo e dos pontos positivos observados, a decisão final sobre a instalação da nova fábrica de aminoácidos em Mato Grosso ainda depende de aprovação do Governo Chinês. Contudo, as autoridades locais permanecem confiantes e destacam as vantagens competitivas do Estado. “Mato Grosso tem tudo para ser o local ideal para este investimento. Estamos prontos para recebê-los e oferecer todas as condições necessárias para que esse projeto se torne realidade”, concluiu o secretário César Miranda.

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