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Chinesa Goldwind inaugura sua primeira fábrica de aerogeradores no Brasil

Novo investimento da empresa chinesa Goldwind Energia Renováveis promete impulsionar o setor de energia eólica no Brasil.

by Marcelo Santos
Chinesa Goldwind inaugura sua primeira fábrica de aerogeradores no Brasil

A Bahia está prestes a receber um importante impulso no setor de energia eólica com o anúncio da construção de uma nova fábrica de aerogeradores pela Goldwind Energia Renováveis. A empresa chinesa Goldwind, a maior fabricante mundial de turbinas eólicas, planeja iniciar a operação dessa unidade no município de Camaçari, na região metropolitana, em março de 2024.

Bahia supera o Ceará na disputa pelo investimento

A escolha da Bahia como local para a nova fábrica da Goldwind foi resultado de uma disputa acirrada com o estado do Ceará. A decisão se baseou em melhores condições oferecidas pela Bahia para receber esse investimento no setor de energia renovável. O presidente da Goldwind Internacional, Wang Hai, e executivos do grupo se reuniram com o governador Jerônimo Rodrigues para oficializar o projeto.

O governador destacou a importância desse investimento para o estado: “A confirmação da instalação de mais uma fábrica em nosso estado confirma o destaque nacional que a Bahia tem no setor de geração de energias renováveis. Além de promover o desenvolvimento sustentável, estamos movimentando a nossa economia, gerando mais emprego, renda e, consequentemente, melhores condições de vida para os baianos.”

Goldwind e sua expectativa de mercado no Brasil

A expectativa é que a nova unidade da Goldwind tenha uma participação significativa no mercado brasileiro de turbinas eólicas, abrangendo de 25% a 30%. Esta será a primeira fábrica da Goldwind fora da China, e a empresa produzirá equipamentos com potência variando de 6.2 a 8.3 megawatts (MW) na Bahia, superando a capacidade dos aerogeradores produzidos localmente, que atualmente atingem pouco mais de 6 MW.

Roberto Veiga, vice-presidente da Goldwind no Brasil, compartilhou detalhes do projeto, que inclui a criação de um parque de fornecedores de componentes eólicos, composto por um grupo de empresas do setor.

Perspectivas de exportação e tecnologia

Veiga também mencionou a possibilidade de exportar a produção da fábrica na Bahia para a América do Norte no futuro, à medida que o mercado se desenvolver. Ele destacou que a Goldwind tem experiência em operar diversas fábricas na China, indicando um potencial crescimento no Brasil.

A escolha de tecnologia de velocidade média para os aerogeradores da fábrica da Bahia é vista como uma estratégia que visa aumentar a durabilidade dos equipamentos em comparação com equipamentos de alta velocidade.

Fatores decisivos para o investimento da Goldwind

A decisão de investir na fábrica da Bahia levou em consideração diversos fatores, incluindo aspectos tributários, perspectiva de crescimento do mercado eólico no Brasil, custo de produção, tamanho da população e consumo de energia em crescimento. A internacionalização da empresa desempenhou um papel crucial na decisão, que foi tomada com a intenção de evitar erros que concorrentes recentes, como a GE e a Siemens Gamesa, enfrentaram no mercado brasileiro.

Embora o mercado de energia eólica no Brasil tenha crescido consideravelmente, há desafios a serem superados. A presença predominante da geração distribuída (GD), que soma mais de 23 GW de potência instalada, dificulta o avanço de projetos de maior escala. A falta de isonomia nesse contexto é um desafio que o país precisa enfrentar para permitir o desenvolvimento de projetos de maior porte e uma cadeia industrial mais robusta no setor.

Um marco importante para o setor de energia eólica no Brasil

A construção da nova fábrica de aerogeradores da Goldwind na Bahia é um marco importante para o setor de energia eólica no Brasil. Com expectativas de crescimento significativo no mercado e a possibilidade de exportação para a América do Norte, a Goldwind Energia Renováveis está pronta para desempenhar um papel crucial na expansão das energias renováveis no país. Com isso, a Bahia consolida ainda mais sua posição de destaque no cenário nacional de geração de energia limpa e sustentável.

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