Chile será o primeiro país a estabelecer relações comerciais em Mato Grosso do Sul e elevar potencial do mercado de celulose

O Chile será o primeiro país a estabelecer um acordo comercial no Mato Grosso do Sul. Uma delegação de autoridades e empresários da região de Tarapacá, no norte do Chile, está em Campo Grande tratando do assunto, a intenção dos chilenos é dar saída a produtos locais, como a celulose, para o mercado asiático pelo Porto de Iquique, que é um dos principais pontos logísticos de embarque e desembarque de produtos sul-americanos via oceano pacífico.

Os visitantes foram recebidos dia 26 no Receptivo do Parque Estadual do Prosa, pelo vice-governador José Carlos Barbosa e pelos secretários titular e adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc).

Relações comerciais entre Mato Grosso do Sul e Chile

A expectativa é que o escritório chileno esteja ativo até maio, o objetivo central é alinhar os termos para a assinatura do acordo de cooperação o mais breve possível.

Após a elaboração do projeto, este será submetido às autoridades estatais e chilenas para chegarem a um consenso. Iquique é uma área de livre comércio, facilitando todos os trâmites comerciais tanto de exportação quanto de importação, além da capacidade operacional e possibilidade de expansão.

O gerente geral do porto de Iquique, que também integrava a comitiva visitante, afirmou que o Iquique possui grande capacidade operacional e possibilidade de ampliação, o que pode triplicar seu potencial.

MS deverá chegar ao topo mundial na exportação de celulose

As fábricas de celulose do Mato Grosso do Sul vão ajudar a região a chegar ao topo mundial na exportação do produto, a carne e a celulose são outros produtos que estão na pauta do comércio com a Ásia. “A China comprou 60% de todas as exportações no ano passado. Podemos ampliar esse comércio e buscar outros parceiros, como a Índia e até o Japão”, diz o secretário Jaime Verruck. “A lógica comercial de Mato Grosso do Sul está sendo construído em torno da Rota Bioceânica, que está pronta para entrar em operação em dois anos. Até lá, há uma série de medidas fundamentais para viabilizar a Rota”, diz Verruck.

A operação de um voo direto de Campo Grande a Iquique foi outro ponto discutido por Rubén Castro. “Vamos buscar condições para que isso se concretize com o amadurecimento das negociações com o Chile”, garantiu o secretário de Estado das Relações Exteriores. A delegação chilena também inclui os conselheiros regionais da região de Tarapacá, Don Germán Quiroz Cancino e Daniela Solari Veja. Acompanhando os chilenos estava Alejandro Scaravo, da Câmara de Comércio Exterior de Jujuy, Argentina.

Crescimento do mercado de celulose

O setor de papel e celulose é um dos que mais cresceu nos últimos anos, nesse sentido, o papel se apresenta como potencial substituto do plástico.

Além da produção, as exportações também estão em evidência, e a previsão é de investimentos bilionários no setor nos próximos anos, em 2021 a taxa de exportação aumentou 4,3%, o que estimulou a expansão do plantio de árvores e a instalação de novas indústrias no setor até esse ano, com o crescimento da indústria de celulose todos os setores da cadeia produtiva serão beneficiados, desde quem planta as árvores até quem fornece peças para as indústrias de papel.

O Brasil é o segundo maior produtor de celulose do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos da América. O país foi responsável pela produção de 11,3% do total mundial de celulose, equivalendo a 21 milhões de toneladas, em 2020, o país registrou uma taxa de reciclagem de papel superior a 70%, enquanto a média global é de apenas 59,1%.

Nos últimos 50 anos, o uso de fontes renováveis ​​para a produção de celulose e papel aumentou de 54% em 1970 para 89% em 2020, o Brasil ocupa posição de destaque nas exportações de celulose em relação a outros países, tudo isso beneficia a economia do país e incentiva cada vez mais investimentos no setor.