O Governo do Chile anunciou a abertura para exploração de lítio, segundo maior produtor mundial do mineral. Empresas interessadas terão 60 dias para se manifestar, visando desenvolver até cinco projetos no país. A iniciativa faz parte da Estratégia Nacional de Lítio do governo Boric, que busca aumentar a renda interna através do desenvolvimento industrial. O plano prevê parcerias público-privadas e visa atender à crescente demanda global por baterias, especialmente na Europa. O acordo firmado com a União Europeia promete impulsionar o desenvolvimento das cadeias de matérias-primas para a transição energética.
Governo do Chile busca empresas interessadas em projetos de exploração de lítio
Nessa segunda-feira (15), o governo chileno revelou uma nova etapa em seus esforços para explorar o lítio, um mineral-chave para a indústria global de baterias. A ministra da Mineração, Aurora Williams, anunciou durante um evento em Santiago que o processo estará aberto a empresas interessadas, sem restrições.
O processo de exploração se estenderá a 26 salares, que compreendem cerca de 18% do território salino do Chile. Empresas interessadas terão um prazo de 60 dias para manifestar seu interesse. A lista dos projetos selecionados será divulgada em julho deste ano.
Em caso de disputas por um mesmo salar, a ministra Williams assegurou que a decisão final será tomada por meio de licitação. Essa abertura para a exploração do lítio faz parte da Estratégia Nacional de Lítio do governo Boric, que busca expandir a exploração do mineral com maior controle estatal.
Como o segundo maior produtor de lítio do mundo, o Chile vê no mineral uma oportunidade para impulsionar sua economia. Com a alta demanda global e os preços elevados, o governo busca agora agir com urgência para aumentar a renda interna através do desenvolvimento industrial.
Estratégia do governo chileno mira em parcerias público-privadas para o mercado do lítio
A Estratégia Nacional de Lítio do Chile aposta em parcerias público-privadas para alcançar seus objetivos. O plano prevê a incorporação de capital, tecnologia, sustentabilidade e valorização, em harmonia com as comunidades locais.
“Especificamente, o Estado colocará uma visão estratégica de longo prazo ao longo de todo o ciclo produtivo, desde a exploração até à adição de valor, além de regulamentos claros para garantir a sustentabilidade e o reinvestimento no desenvolvimento do país. Por sua vez, as empresas privadas fornecerão capital, inovação tecnológica e redes de negócios”, diz a estratégia.
Parte do lítio explorado no Chile pode ter como destino a Europa. Em 2023, o presidente Gabriel Boric e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, firmaram um memorando de entendimento para impulsionar o desenvolvimento das cadeias de matérias-primas críticas para a transição energética.
A aliança entre o Chile e a União Europeia visa apoiar as indústrias de ambos os lados, criando empregos e promovendo uma economia sustentável. O acordo prevê cinco eixos de cooperação, incluindo a integração das cadeias de valor de matérias-primas sustentáveis e a implantação de infraestruturas para o desenvolvimento de projetos.
Enquanto o Chile visa expandir sua exploração de lítio, a Europa corre para garantir seu suprimento, especialmente na área de energia. A dependência europeia em relação à China e os recentes eventos geopolíticos destacaram a necessidade de garantir um abastecimento estável de matérias-primas essenciais para a transição para tecnologias de baixo carbono.
Agora, a abertura para a exploração do lítio no Chile representa uma oportunidade para o país aumentar sua participação na economia global de baterias. Com parcerias estratégicas e um plano abrangente, o governo chileno está posicionando o país como um importante player na cadeia de abastecimento de matérias-primas para a transição energética global.
