No dia 27 de maio de 2024, o FPSO Marechal Duque de Caxias, um navio-plataforma de última geração, atracou em águas brasileiras após uma longa jornada iniciada em Yantai, na China. Este evento marca um passo significativo para a exploração do pré-sal na Bacia de Santos, particularmente no campo de Mero. Equipado com tecnologias avançadas e capacidade robusta de produção, o FPSO promete aumentar a eficiência e a sustentabilidade das operações da Petrobras e seus parceiros.
A jornada do FPSO Marechal Duque de Caxias, sua capacidade de produção e infraestrutura
O navio-plataforma FPSO Marechal Duque de Caxias deixou o estaleiro chinês em fevereiro deste ano. Sua viagem incluiu uma parada estratégica nas Ilhas Maurício para troca de tripulação e movimentação de carga antes de seguir para o Brasil. Este FPSO, cuja sigla significa unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, é crucial para a expansão das operações no campo de Mero, uma das áreas mais promissoras do pré-sal brasileiro.
Com capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo e comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás diariamente, o FPSO Marechal Duque de Caxias entrará em operação no segundo semestre deste ano. Antes disso, passará pelos procedimentos legais e testes finais dos equipamentos de produção. Esta unidade faz parte do terceiro sistema de produção definitivo do campo de Mero, que, ao todo, prevê a interligação de 15 poços — sendo 8 produtores de óleo e 7 injetores de água e gás.
A infraestrutura que sustenta essa operação é impressionante: 80 km de dutos rígidos de produção e injeção, 47 km de dutos flexíveis de serviços e 44 km de umbilicais de controle serão instalados no leito marinho para conectar o FPSO aos poços submarinos.
Tecnologias de ponta para sustentabilidade
Uma das características mais notáveis do FPSO Marechal Duque de Caxias é sua integração com tecnologias de captura e armazenamento de carbono, conhecidas como CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage). Esse sistema permite a reinjeção de gás rico em CO₂ no reservatório, reduzindo significativamente as emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, a Petrobras planeja implementar, a partir de 2028, a tecnologia HISEP no campo de Mero, que permitirá a separação do óleo e do gás no fundo do mar, com a reinjeção de gás rico em CO2, de maneira pioneira.
A operação do campo de Mero é conduzida por um consórcio liderado pela Petrobras, que detém 38,6% de participação. Os outros membros do consórcio são Shell Brasil (19,3%), TotalEnergies (19,3%), CNOOC (9,65%), CNPC (9,65%) e Pré-Sal Petróleo S.A (PPSA) com 3,5%, representando a União na área não contratada. Esta colaboração internacional reforça o compromisso com a inovação e a sustentabilidade na exploração do pré-sal brasileiro.
O impacto do navio-plataforma no setor de petróleo e gás
A chegada do FPSO Marechal Duque de Caxias ao Brasil representa um marco na exploração do pré-sal, impulsionando a produção de petróleo e gás com tecnologias avançadas e práticas sustentáveis. À medida que a Petrobras e seus parceiros avançam com a operação no campo de Mero, espera-se um aumento significativo na capacidade produtiva e um impacto positivo na economia brasileira.
O uso de tecnologias como CCUS e HISEP coloca o Brasil na vanguarda da exploração sustentável de recursos naturais, alinhando-se às metas globais de redução de emissões e proteção ambiental.
A instalação e operação do FPSO Marechal Duque de Caxias no campo de Mero são um testemunho do progresso tecnológico e da capacidade da Petrobras em liderar projetos complexos e inovadores no setor de energia. Com a implementação dessas tecnologias de ponta, o Brasil solidifica sua posição como um player crucial no mercado global de petróleo e gás, promovendo um futuro mais sustentável e eficiente.