Na segunda-feira, (28), o presidente Lula recebeu o candidato governista à presidência e então ministro da economia da Argentina, Sérgio Massa. Na ocasião, Lula ressaltou sobre o suporte financeiro às exportações brasileiras à Argentina com garantia em Yuans chineses, moeda oficial da China. Com o intuito de manter a indústria Argentina em constante execução até o fim da campanha, este crédito será de fundamental importância. Para além da ajuda financeira, a visibilidade do candidato ao lado do presidente é uma estratégia de diferenciação deste em relação ao candidato opositor de extrema direita, Javier Milei, então aliado do ex-presidente Bolsonaro.
O candidato à presidência da Argentina, Sérgio Massa, esteve em Brasília para encontro com o presidente Lula, em busca de financiamento
O início da última semana de agosto está sendo marcado com polêmicas. Uma vez que o presidente em exercício, Luiz Inácio, recebeu a visita do candidato à presidência da Argentina, Sérgio Massa. A visita tem o intuito de afirmar apoio e financiamento do Brasil e ainda fazer com que a Argentina se torne membro da Brics e receba financiamento do BNDES para a rede de dutos de gás da Argentina, que trará gás para o território nacional.
Além disso, outro objetivo é que o governo estabeleça uma linha de crédito destinada às exportações brasileiras para a Argentina, a qual desempenharia um papel fundamental para a estabilidade econômica do país vizinho. Sergio Berensztein, analista político, afirma que o candidato Massa precisa de uma economia positiva, pois sua candidatura depende da sua atual gestão. Durante uma reunião com o chanceler brasileiro Mauro Vieira, Sergio Massa planeja mostrar sua apreciação pela contribuição do Brasil para a inclusão da Argentina no bloco Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O avanço no financiamento do gasoduto e a nova linha de crédito do Banco do Brasil para exportadores serão discutidos com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Esses temas foram anunciados por Lula ao lado de Sergio Massa, logo após uma reunião entre figuras notáveis do governo federal, que ocorreu no Palácio do Planalto.
Opositores de Massa, o candidato libertário Milei e a candidata da centro-direita Patricia Bullrich apresentam pensamentos divergentes
Na campanha, Massa busca ligação com Lula e alerta sobre visões extremistas de Milei. Lula tem apelo no eleitorado governista, mas divide o restante. Milei busca aliança com EUA e Israel, rejeita Brics e Mercosul. Massa alerta sobre consequências econômicas. Patricia Bullrich, aliada de Bolsonaro, também rejeita Brics devido a autoritarismo e acusações contra o Irã.
Sergio Massa visa solucionar a falta de dólares na economia argentina. Setores como a indústria automotiva dependem de componentes brasileiros, mas estão parando devido à falta de importações. O Brasil oferecerá linha de crédito de até 700 milhões de reais para exportadores, usando yuans garantidos pela China. O Banco do Brasil converterá yuans em reais e executará garantias em caso de inadimplência. Importadores argentinos têm dívida de US$ 20 bilhões com exportadores, com atrasos de pagamento.
A iniciativa visa aliviar uso de reservas e se alinha ao objetivo de Lula de substituir o dólar em transações comerciais. O mercado argentino é crucial para as exportações industriais brasileiras. A falta de dólares no Banco Central argentino prejudicou produtos importados, exceto os chineses, financiados pelo crédito chinês. O até então Presidente Alberto Fernández buscou crédito do BNDES, no entanto, não obteve tanto sucesso.
No final da reunião, os resultados e acordos dessa aliança são que, o presidente Lula e o candidato Massa concordaram em financiar exportações brasileiras à Argentina. Tendo em vista que Sergio Massa também busca financiamento para gasoduto argentino ao Brasil, capitalizando avanços na campanha diante da economia argentina em dificuldades.