O Brasil está vivenciando uma revolução no setor de energia solar fotovoltaica, com números impressionantes que indicam um caminho promissor rumo a uma matriz elétrica mais limpa e renovável. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) revelou que a geração própria de energia fotovoltaica atingiu a marca de 26 gigawatts (GW) de potência instalada, beneficiando contas de luz de residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos em todo o país. Mais de 3,3 milhões de unidades consumidoras estão aproveitando os benefícios dessa tecnologia.
Economia na conta de luz
Um dos aspectos mais notáveis da expansão da energia solar no Brasil é o impacto positivo nas contas de luz dos consumidores. Um estudo encomendado pela Absolar à consultoria especializada Volt Robotics estima que a geração distribuída resultará em uma economia líquida na conta de luz dos brasileiros de mais de R$ 84,9 bilhões até 2031. Isso equivale a uma média de R$ 403,9 por megawatt-hora (MWh) no sistema elétrico nacional, comparado com uma tarifa média residencial de R$ 729 por MWh calculada pela Agência Nacional de Energia Elétrica.
Essa economia considerável nas contas de luz representa um alívio financeiro para milhões de famílias e empresas em todo o país. Com a crescente adoção da energia solar, os consumidores têm a oportunidade de reduzir significativamente seus gastos com eletricidade, tornando a energia fotovoltaica uma escolha economicamente vantajosa.
Investimentos e novos empregos no setor de energia solar
Desde 2012, o Brasil testemunhou um investimento impressionante de aproximadamente R$ 130,7 bilhões no setor de energia solar. Isso não apenas impulsionou a instalação de mais de 2,3 milhões de sistemas solares fotovoltaicos em telhados, fachadas e pequenos terrenos, mas também gerou mais de 780,1 mil empregos em todas as regiões do país.
Esses números destacam a relevância da energia fotovoltaica como um motor de crescimento econômico e geração de empregos, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil. A arrecadação de R$ 39,2 bilhões aos cofres públicos também é um indicativo positivo, mostrando como o setor de energia solar pode ser benéfico para a economia nacional.
Potencial brasileiro para a expansão da energia solar
A energia solar desempenha um papel crucial na busca do Brasil por uma matriz elétrica mais limpa e renovável. Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, enfatiza que, embora os 3,3 milhões de unidades consumidoras abastecidas com energia fotovoltaica sejam motivo de celebração, ainda há muito espaço para crescimento. O Brasil possui cerca de 92,4 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo, indicando um grande potencial de expansão da energia solar.
Koloszuk destaca o exemplo da Austrália, que, por meio de políticas públicas, incentivou a fonte solar e agora representa 30% de toda a geração de energia daquele país. No Brasil, a energia fotovoltaica já representa cerca de 10% da geração diária de energia elétrica, superando as fontes eólica e nuclear em algumas ocasiões.
Energia solar, nuclear, eólica e hidroelétrica desempenharão papéis essenciais na transição energética
O cenário global também está se transformando rapidamente, com um aumento significativo no uso de fontes renováveis. Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), as fontes renováveis serão responsáveis por 37% da geração de eletricidade no mundo até 2026. Isso é impulsionado pela expansão da energia fotovoltaica, que está se tornando cada vez mais acessível.
Além da energia fotovoltaica, as energias nuclear, eólica e hidroelétrica também desempenharão papéis essenciais na transição para fontes mais limpas e sustentáveis de energia. A AIE faz previsões ambiciosas para o Brasil, sugerindo que fontes renováveis serão responsáveis por 95% da matriz elétrica brasileira em 2026. Com a energia fotovoltaica e eólica liderando o caminho, espera-se que a geração combinada de energia eólica e solar fotovoltaica em 2026 seja quase 50% maior do que em 2022.