Home INDÚSTRIA Brasil será palco da primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados a partir de hidrogênio verde, impulsionando a descarbonização do setor

Brasil será palco da primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados a partir de hidrogênio verde, impulsionando a descarbonização do setor

Essa iniciativa deve impulsionar o desenvolvimento onde as fábricas serão instaladas, gerando empregos e atraindo mais investimentos.

by Andriely Medeiros
Uso de hidrogênio verde como combustível e produção de fertilizantes nitrogenados estão alinhados com as metas de combate às mudanças climáticas.

Macquarie Asset Management (MAM) e a Atlas Agro Holding AG, empresa produtora de fertilizantes nitrogenados de baixo impacto ambiental, anunciaram uma parceria que prevê um investimento de até 325 milhões de dólares na Atlas Agro. Esse aporte será realizado através do fundo Macquarie GIG Energy Transition Solutions (MGETS) e tem como objetivo: impulsionar o desenvolvimento de projetos para construção de fábricas de fertilizantes nitrogenados verdes em larga escala nos Estados Unidos e na América Latina, com foco especial no Brasil. Essas fábricas adotarão o uso de hidrogênio verde, substituindo os combustíveis fósseis convencionais em seus processos de produção.

Gestora de ativos global destina até 325 milhões de dólares para fábricas e projetos inovadores e sustentáveis

A proposta de negócio da Atlas Agro consiste em produzir fertilizantes nitrogenados exclusivamente a partir de fontes de energia limpa e renovável. Essa abordagem permitirá que os produtores rurais da região tenham acesso a um produto nacional, sustentável e competitivo, além de contribuir para a redução significativa das emissões de carbono durante todo o processo de produção e transporte.

Petter Østbø, CEO da Atlas Agro, ressalta a importância da parceria com a MAM para acelerar a descarbonização de setores industriais desafiadores. Ele enfatiza que a proximidade da construção das primeiras fábricas nos Estados Unidos torna a MAM o parceiro ideal nesse empreendimento.

O investimento representa um marco significativo para a expansão da Atlas Agro nas Américas e no mercado global. A empresa busca proporcionar uma alternativa sustentável aos fertilizantes convencionais, que atualmente são baseados em combustíveis fósseis e são responsáveis por emissões consideráveis de gases de efeito estufa. A estratégia de crescimento da Atlas Agro inclui a instalação de sua primeira unidade fabril de fertilizantes nitrogenados no Brasil, mais especificamente em Uberaba (MG).

Os investimentos totais para essa planta serão de US$ 850 milhões. O objetivo é tornar-se uma referência em descarbonização da indústria de fertilizantes no país, pois a esmagadora maioria dos fertilizantes nitrogenados utilizados no Brasil é importada, proveniente de países como a Rússia, e é produzida a partir de fontes poluentes de origem fóssil.

Atlas Agro busca liderança na descarbonização da indústria de fertilizantes no Brasil com matriz 100% limpa

A nova fábrica brasileira utilizará uma matriz energética 100% limpa, baseada em fontes renováveis, como energia solar e eólica, para a produção de hidrogênio verde, amônia verde e os fertilizantes nitrogenados de baixa pegada de carbono. A planta terá capacidade para produzir 500 mil toneladas anualmente, destinadas a atender a demanda regional.

Knut Karlsen, co-fundador e CEO da Atlas Agro para a América Latina, destaca que essa iniciativa representa uma importante oportunidade para substituir fertilizantes estrangeiros de alta pegada de carbono por uma produção nacional totalmente sustentável. Além disso, ele enfatiza que esse projeto contribuirá para a reindustrialização verde e para o fortalecimento da segurança alimentar no Brasil.

A parceria entre a MAM e a Atlas Agro é um exemplo concreto do crescente interesse no investimento em soluções sustentáveis e na promoção de práticas mais eco-friendly no setor industrial. O uso de hidrogênio verde como combustível alternativo e a produção de fertilizantes nitrogenados de baixo impacto ambiental estão alinhados com as metas globais de combate às mudanças climáticas e à redução das emissões de gases de efeito estufa.

Essa iniciativa também deve impulsionar o desenvolvimento tecnológico e econômico nas regiões onde as fábricas serão instaladas, gerando empregos e atraindo investimentos para a produção e pesquisa em fontes de energia limpa. A expectativa é de que, com o avanço dessas fábricas e a disseminação da tecnologia, mais indústrias adotem práticas sustentáveis, contribuindo para um futuro mais verde e resiliente.

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