O governo brasileiro, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou a retomada da compra de energia gerada pela hidrelétrica de Guri, na Venezuela, com o objetivo de integrá-la ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Essa decisão, defendida durante um evento em Lisboa no dia 26 de maio, trará benefícios diretos para a população do estado de Roraima, que recebeu energia venezuelana de 2001 a 2019. Atualmente, Roraima é o único estado que não faz parte do SIN, o sistema responsável pela transmissão de energia em todo o país.
Atualmente, Roraima depende da geração de energia por meio de usinas movidas a óleo combustível e gás, o que encarece o custo da energia e resulta em tarifas mais elevadas para a população. Esse custo é subsidiado pela Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que representa 13,18% na média das tarifas brasileiras. Para resolver esse problema, o ministro Silveira reafirmou que as obras do Linhão Manaus-Boa Vista serão inauguradas em julho.
O Linhão Manaus-Boa Vista é um projeto da Eletrobras em parceria com a Alupar, que estava atrasado há uma década e precisou de um acordo com o governo e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para revisar os valores de remuneração da linha. O Tesouro Nacional também contribuirá com R$ 88,5 milhões do programa Pró-Amazônia Legal para cobrir despesas com compensação ambiental.
Essa linha de transmissão terá 720 km e cortará a terra indígena Waimiri Atroari, onde já existe uma estrada federal. A conclusão do Linhão permitirá uma conexão efetiva do único estado ainda isolado do SIN, aproximando as capitais do Amazonas e de Roraima.
A reintegração de Roraima ao SIN está diretamente relacionada à parceria com Caracas, como explicou o ministro Silveira durante o evento em Lisboa. O assunto também foi discutido por Nicolás Maduro durante a cúpula de líderes latinos realizada em Brasília, no mês de maio.
“Todos sabem da determinação do presidente Lula para fazer uma grande integração da América Latina na questão energética”, disse Silveira.
É importante ressaltar que a parceria entre Brasil e Venezuela foi interrompida em 2019 devido a uma série de apagões no país vizinho e às divergências ideológicas entre o ex-presidente brasileiro e o governo de Nicolás Maduro. Além da energia elétrica proveniente da Venezuela, a agenda de integração energética inclui a utilização do gás natural da Bolívia e da Argentina. Essa questão foi discutida durante a 4ª visita de Alberto Fernández a Lula no Brasil, que ocorreu no dia 26 de junho.
Dessa forma, pode-se concluir que a retomada da compra de energia da hidrelétrica de Guri, na Venezuela, pelo governo brasileiro, com o objetivo de integrá-la ao Sistema Interligado Nacional, traz esperança para a população de Roraima e representa um passo importante para solucionar a dependência energética desse estado.
Além disso, a agenda de integração energética, que inclui também o gás natural da Bolívia e da Argentina, demonstra a busca por parcerias estratégicas na área de energia. Com a inauguração do Linhão Manaus-Boa Vista em julho, será possível conectar efetivamente Roraima ao restante do país, promovendo o desenvolvimento e a segurança energética da região.
O Ministério de Minas e Energia é um órgão do governo brasileiro responsável por formular e implementar políticas relacionadas aos setores de mineração, energia elétrica, petróleo, gás natural e combustíveis renováveis. O ministério tem como objetivo principal: promover o desenvolvimento sustentável e a segurança energética do país.
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