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Brasil e Bolívia expandem negociações rumo à produção de fertilizantes na fronteira

Enquanto o Brasil e a Bolívia se preparam para esta nova empreitada, a Petrobras mantém seu projeto da Unidade de Fertilizantes III (UFN3).

by Andriely Medeiros
Enquanto o Brasil e a Bolívia se preparam para esta nova empreitada, a Petrobras mantém seu projeto da Unidade de Fertilizantes III (UFN3).

O Brasil e a Bolívia estão em negociações avançadas para a construção de uma fábrica de fertilizantes na fronteira entre os dois países, em Corumbá, Mato Grosso do Sul. Esta parceria visa reduzir a dependência externa brasileira na produção de nutrientes agrícolas, com ênfase na produção de ureia e cloreto de potássio. Além disso, a Petrobras continua a considerar a retomada da Unidade de Fertilizantes III (UFN3) em Três Lagoas. Agora, com as negociações em curso, a cooperação entre Brasil e Bolívia representa um passo significativo para a independência do Brasil na produção dos produtos.

Brasil e Bolívia planejam nova fábrica na fronteira

Na busca por fortalecer sua independência na produção de fertilizantes, o Brasil está em negociações avançadas com a Bolívia para a construção de uma nova fábrica. Essa parceria tem o potencial de revolucionar a produção de nutrientes essenciais para a agricultura e reduzir a dependência externa do país. O plano envolve a construção de uma fábrica de fertilizantes na cidade de Corumbá, no estado de Mato Grosso do Sul, localizada na fronteira entre Brasil e Bolívia.

Esta nova unidade, que seria resultado da colaboração entre os dois países, desempenharia um papel fundamental na produção de ureia e cloreto de potássio, componentes essenciais para o setor agrícola. A iniciativa é uma resposta à crescente necessidade do Brasil de reduzir sua dependência externa na obtenção de fertilizantes, atualmente em torno de 90%. O potássio é o principal nutriente aplicado no país, seguido por fósforo e nitrogênio.

Assim, a nova fábrica desempenharia um papel vital na garantia do suprimento desses nutrientes cruciais para a agricultura brasileira. Além disso, as negociações entre Brasil e Bolívia vão além da construção da fábrica. Elas abordam questões estratégicas relacionadas à segurança alimentar não apenas em ambos os países, mas também em toda a América do Sul.

Isso inclui acordos para a troca de tecnologia através da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que desempenhará um papel importante no compartilhamento de conhecimento e inovação. A presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, expressou o compromisso da instituição em apoiar a parceria Brasil-Bolívia, trazendo sua experiência em fertilizantes para a mesa. Segundo ela, a Embrapa está pronta para facilitar a transferência de tecnologias e inovações entre os dois países, promovendo avanços significativos na produção de fertilizantes.

Petrobras mantém projeto na Unidade de Fertilizantes III, em Três Lagoas

Enquanto o Brasil e a Bolívia se preparam para esta nova empreitada na produção de fertilizantes, a Petrobras mantém seu projeto da Unidade de Fertilizantes III (UFN3) em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Embora as obras tenham sido interrompidas em 2015, a UFN3 permanece uma promissora fonte de ureia, amônio e gás carbônico. No entanto, sua retomada exige um investimento significativo de pelo menos US$ 1 bilhão.

Um dos principais desafios enfrentados nesse projeto é a fonte de matéria-prima. Inicialmente, a Petrobras planejava usar o gás natural importado da Bolívia, aproximadamente 2,5 milhões de metros cúbicos diários. No entanto, a escassez do gás boliviano tem gerado preocupações entre as autoridades brasileiras.

Embora a retomada das obras da UFN3 não tenha sido anunciada oficialmente, a Petrobras já está considerando um “plano B” para garantir a matéria-prima necessária para a produção de fertilizantes. Esse plano envolve o uso do gás natural brasileiro da região do pré-sal, o que poderia ser uma alternativa viável para garantir o fornecimento contínuo de matéria-prima.

Assim, o projeto em andamento da petroleira estatal, junto da parceria em negociação entre Brasil e Bolívia para a construção de uma fábrica de fertilizantes na fronteira, representa um passo significativo em direção à independência do Brasil na produção desses nutrientes essenciais para a agricultura.

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