A Yara, gigante do setor de fertilizantes, divulgou na última terça-feira, 5, avanços significativos em sua estratégia sustentável no Brasil, se concentrando na produção de amônia verde a partir de biometano em Cubatão (SP). Com previsão de início no segundo trimestre de 2024, a iniciativa visa reduzir em 50% as emissões de carbono e estabelecer o Brasil como pioneiro na produção desse insumo antes da Europa. Além disso, a empresa está investindo em fertilizantes líquidos para agricultura regenerativa e destina R$ 90 milhões até 2025 para pesquisa e desenvolvimento. Com o Complexo Industrial de Rio Grande em capacidade plena, a companhia projeta alcançar 2 milhões de toneladas de fertilizantes até 2024.
Yara anuncia avanços no Brasil: Produção de amônia verde com biometano estão em destaque
A Yara revelou planos de grande porte para impulsionar a produção sustentável no Brasil, com ênfase na geração de amônia verde. A estratégia envolve a expansão das operações em Cubatão (SP), visando à produção em escala comercial a partir do segundo trimestre de 2024. O presidente da Yara no Brasil, Marcelo Altieri, anunciou que o país estará na vanguarda da produção de amônia verde, superando até mesmo as plantas da Europa.
O diferencial reside na utilização de biometano fornecido pela Raízen, marcando um avanço significativo na busca por práticas industriais mais sustentáveis. A expectativa é reduzir as emissões de carbono em 50%, uma iniciativa pioneira em escala global. Altieri enfatiza que 3% do gás produzido na fábrica será convertido em amônia verde, consolidando um marco para a indústria brasileira.
A Yara também está delineando uma estratégia gradual de transição de fontes de energia fósseis para renováveis. O compromisso com a amônia verde é um passo significativo nesse caminho. Além disso, a empresa está investindo em uma linha de fertilizantes líquidos para agricultura regenerativa na planta de Sumaré (SP), com uma capacidade estimada de produção de 40 milhões de litros.
A empresa também anunciou um investimento de R$ 90 milhões até 2025 na fábrica de Sumaré, destinado a pesquisas e desenvolvimento. O foco é financiar novas formulações que impulsionem a inovação na produção de fertilizantes. Altieri destaca que, para enfrentar os desafios, é fundamental contar com um marco regulatório que incentive a mudança para matrizes energéticas mais limpas.
Companhia enfrenta desafios para alcançar as metas de produção no Brasil
Além do foco de superar a Europa na produção de amônia verde, Altieri abordou os desafios enfrentados pelas empresas que buscam a transição energética no Brasil. Ele destaca a necessidade de condições competitivas e um posto energético adequado, ressaltando que, embora matérias-primas para a produção de nitrogênio emitam muito carbono, ainda é mais caro produzir no Brasil com ativos descarbonizantes.
Além das novidades em Cubatão, a Yara compartilhou projeções para o Complexo Industrial de Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Pela primeira vez operando em capacidade plena, a planta entregará 1,1 milhão de toneladas de NPK em grãos até o final deste ano.
A expectativa é alcançar a marca de 2 milhões de toneladas de fertilizantes até 2024, representando um salto expressivo em comparação com os 50% da capacidade utilizada em 2022. Ao longo dos últimos dez anos, a Yara, originária da Noruega, investiu R$ 15 bilhões no Brasil. Esse comprometimento financeiro reflete a confiança da empresa no potencial do país e sua dedicação à implementação de práticas industriais sustentáveis.
Agora, com foco na produção de amônia verde a partir de biometano, a empresa não apenas inova em suas operações, mas também estabelece um padrão global para a transição para fontes de energia mais limpas, mirando em superar o mercado da Europa.