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Biohitano, o biocombustível brasileiro superpotente que promete mudar o mercado

Um laboratório de genômica e bioenergia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está empenhado em pesquisas que podem mudar o cenário da energia sustentável no Brasil. Eles estão trabalhando no aprimoramento do “biohitano,” um biocombustível que promete ser mais energético do que suas contrapartes atuais, graças ao enriquecimento do biogás com hidrogênio.

Hidrogênio verde pela via biológica

Os pesquisadores do Laboratório de Genômica e Bioenergia da Unicamp (LGE) destacam que o hidrogênio, o elemento mais abundante no universo, desempenha um papel crucial na tão sonhada transição para a energia verde. O projeto, liderado pelo professor e coordenador do LGE, Gonçalo Pereira, uma das maiores autoridades em bioenergia no Brasil, está em andamento desde 2022, e o resultado até agora é o inovador “biohitano”.

Gustavo Mockaitis, professor e coordenador do estudo, explica que a pesquisa é inédita, concentrando-se na criação de biogás enriquecido com hidrogênio. Esse processo tem o potencial de aumentar o rendimento energético do biocombustível final. O diferencial aqui é que o hidrogênio é obtido por meio de microorganismos, uma conquista significativa no contexto da descarbonização global.

Vantagens do uso do biohitano

Uma das principais vantagens do biohitano é sua origem renovável, atualmente desenvolvido a partir de resíduos da produção sucroalcooleira, como vinhaça e torta de filtro. O biohitano também melhora a combustão de motores, reduzindo as emissões de dióxido de carbono e óxidos nitrosos (Nox), graças à presença do hidrogênio, um combustível limpo.

O primeiro ano do projeto foi dedicado à otimização da obtenção de hidrogênio. Em vez de obtê-lo por meio da reforma do gás natural, o hidrogênio é produzido a partir de microorganismos. Até o momento, a equipe já selecionou tratamentos para os microrganismos e conseguiu concentrações de hidrogênio entre 55% e 63%, um resultado notável.

Passos futuros e transferência de tecnologia

Os próximos passos incluem a otimização da geração de hidrogênio e metano, levando a operação para reatores que operam em fluxo contínuo, tornando o processo viável para a indústria. O objetivo final é criar uma planta piloto em dois anos, com capacidade para 150 litros. Com o hidrogênio separado, o percentual enriquecido no biohitano deverá ficar entre 10% e 15%, aumentando consideravelmente seu poder calorífico.

Este projeto na Unicamp foi viabilizado com recursos de P&D da Shell, que precisa atender às cláusulas da ANP de investir em pesquisa no Brasil. No caso do biohitano, a Shell investiu R$ 6,1 milhões no LGE, destacando a importância de parcerias público-privadas para impulsionar a inovação e a sustentabilidade.

Um avanço na busca por biocombustíveis mais eficientes

O desenvolvimento do biohitano na Unicamp representa um avanço na busca por um biocombustível mais eficiente e ecologicamente correto. Com o potencial de aumentar o poder calorífico dos combustíveis verdes e contribuir para a descarbonização global, o biohitano pode ser um passo importante na transição para uma energia mais sustentável.

A pesquisa em andamento no laboratório brasileiro oferece perspectivas empolgantes para o futuro da indústria desse tipo de combustível no Brasil e no mundo. Com o biohitano, o país pode liderar o caminho na produção de biocombustíveis mais eficientes e ecológicos.

Potencial para redução das emissões de carbono

A presença do hidrogênio no biohitano não só aumenta seu rendimento energético, mas também contribui para a redução das emissões de carbono. Em um momento em que a luta contra as mudanças climáticas é uma prioridade global, biocombustíveis como o biohitano podem desempenhar um papel crucial na mitigação desses problemas.

O uso de resíduos da produção sucroalcooleira como matéria-prima para o biohitano também enfatiza a importância da sustentabilidade em todas as etapas do processo. Ao aproveitar recursos que de outra forma seriam desperdiçados, essa abordagem reforça a visão de um ciclo de produção mais sustentável e eficiente.

Marcelo Santos

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