Dona de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, maior exportadora global do produto e também dona da maior petroleira, a Saudi Aramco, a Arábia Saudita, anuncia que planeja alcançar o carbono zero até 2060. Anunciada em 2021 pelo príncipe herdeiro e atual líder do reino, Mohammed bin Salman, a iniciativa Verde Saudita de investimentos compõe uma série de iniciativas lançadas no país nos últimos anos no sentido de diversificar e modernizar a sua economia, que ainda depende muito do petróleo, responsável por cerca de 90% de suas exportações e 40% de seu Produto Interno Bruto (PIB) total.
As iniciativas fazem parte do programa Visão 2030, que traça uma série de ações e investimentos em tecnologias, iniciativas sociais e indústrias. Os programas de neutralização das emissões da Arábia Saudita para alcançar o carbono zero ao longo das próximas quatro décadas incluem uma união de suas emissões atuais, com projetos de eficiência e de energias limpas, aliados a iniciativas de captação de dióxido de carbono da atmosfera que compensam os volumes que, tanto ali, quanto no resto do mundo, continuarão a ser emitidos.
É o caso de plantas de energia solar e eólica, e também a missão de plantar 10 bilhões de árvores pelo país ao longo de todo o período, incluindo em áreas desertificadas que podem ser restauradas a partir da nova cobertura vegetal, quase a totalidade da gigante do petróleo está incrustada no deserto da Arábia. Trata-se de um plano de investimentos que chegam aos R$ 900 milhões, e que, na visão dos especialistas, tem potencial, inclusive, de beneficiar e levar recursos para o Brasil.
Segundo Tamer Mansour, secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), o Brasil é um parceiro natural para isso. Entretanto, ele precisa se estruturar, ou então perderá pontos e perderá as negociações para outros países que aplicarão esses projetos.
As oportunidades, de acordo com o secretário, vão desde a venda de créditos de carbono gerados no país para a Arábia Saudita até a possibilidade de receber parte dos investimentos que o país tem para distribuir.
Mansur conta que a CCAB, que intermedia negociações entre o Brasil e os países árabes, é buscada diariamente por empresários brasileiros em busca de parceiros e capital para projetos voltados à sustentabilidade, como plantas de geração de energia, por exemplo.
Tudo o que não tem a ver com a energia do petróleo, a Arábia Saudita quer e fará para alcançar o carbono zero. Desde comprar créditos até aplicar em projetos ambientais de sustentabilidade, como energias renováveis e carros elétricos. Entretanto, o Brasil deve estruturar e profissionalizar mais seus projetos, e o governo federal precisa dar esse suporte.
Conforme a indústria de biotecnologia ganha destaque na economia global, a gigante do petróleo possui o potencial para liderar este segmento em sua região e se tornar um centro de referência para o resto do mundo. Esta é a principal conclusão de um relatório feito pela Strategy & Middle East, consultoria de negócios para o Oriente Médio pertencente à PwC.
A biotecnologia cresceu globalmente nas últimas décadas devido ao seu potencial de transformar a saúde humana e sua extensa aplicabilidade em vários setores, incluindo agricultura, saúde e química.
De acordo com os pesquisadores, a biotecnologia, ramo da ciência que desenvolve produtos e soluções a partir de processos celulares e biológicos, deve moldar a próxima era de desenvolvimento humano, em um processo parecido com a revolução promovida pelos computadores na sociedade.
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