A Dell, empresa do setor de tecnologia, anunciou nesta segunda-feira (6) que irá demitir 6,6 mil funcionários, a companhia atribuiu as demissões ao cenário econômico global. Desde novembro grandes empresas como Amazon, Meta, Twitter e a Microsoft fizeram cortes em suas forças de trabalho. No Brasil, diversas empresas também anunciaram demissões de funcionários, mais recentemente, a startup Loggi informou o desligamento de 250 colaboradores, em agosto do ano passado a empresa já havia demitido 500 funcionários.
Dell justifica as demissões
A Dell atribuiu as demissões ao cenário adverso global, com aumento nas taxas de juros e o crescimento da inflação nos Estados Unidos. A empresa vinha tentando contornar a situação interrompendo contratações, limitando viagens e serviços externos, contudo as ações não foram suficientes para evitar as demissões que equivalem a 5% da força de trabalho da multinacional. O co-diretor de operações da Dell, Jeff Clarke, afirmou em um memorando público que a empresa apoiará os afetados durante a transição para outras oportunidades.
As demissões vieram após queda de 37% nas vendas de computadores
A Dell já mostrava sinais de uma situação econômica difícil, os resultados apresentados pela empresa no quarto trimestre do ano passado mostram uma queda de 37% nas vendas de computadores. O número de funcionários globais da empresa será o menor em seis anos, após as demissões, a Dell terá cerca de 39 mil funções a menos em comparação com as 165 mil funções em período integral relatadas em janeiro de 2020.
A empresa não foi a única do setor de hardware a sofrer os impactos da desaceleração na economia dos Estados Unidos, Lenovo e HP já haviam revelado planos para desligar centenas de colaboradores.
A crise das empresas de tecnologia iniciou-se após o fim da pandemia de covid-19, a princípio, houve um crescimento expressivo no número de trabalhadores home office, o que levou a um aumento nas vendas das empresas, contudo, após o fim deste cenário várias empresas de tecnologia, incluindo a Dell, tiveram que realizar demissões em massa.
No Brasil, empresas como Riachuelo, John Deere e Loggi também demitiram milhares de funcionários
Grandes empresas brasileiras também estão realizando demissões em massa, só o Grupo Guararapes, controlador das lojas Riachuelo em Fortaleza, demitiu cerca de 2 mil profissionais. A montadora de máquinas agrícolas, John Deere, também anunciou corte de 85 colaboradores, segundo informações fornecidas pelo Simecat a empresa ainda planeja demitir 200 funcionários.
Também na segunda-feira(6), a startup de serviços logísticos Loggi informou uma nova rodada de cortes, dessa vez 7% da força de trabalho da empresa deve ser demitida, no ano passado a empresa havia desligado 500 profissionais.
Em nota, a startup conta que os colaboradores desligados receberão um pacote de benefícios com ajuda de custo para contratação de plano de saúde para titular e dependentes, além de assistência psicológica e suporte no processo de recolocação profissional.
Após anúncio da Dell, o número de profissionais despedidos chega a 100 mil
No total, as grandes empresas do setor tecnológico demitiram 100 mil funcionários nos últimos meses. A crise no setor tecnológico está acontecendo desde novembro do ano passado e se intensificou em 2023, em janeiro, só a Amazon, Alphabet e Microsoft demitiram 40 mil profissionais, somando todas as empresas de tecnologia dos EUA, o número de desligamentos chega a 255 mil.
Confira abaixo as empresas com demissões em massa nos EUA:
- Amazon: 18 mil;
- Alphabet: 12 mil;
- Meta: 11 mil;
- Microsoft: 10 mil;
- Spotify: 9,8 mil;
- Salesforce: 9 mil;
- Dell: 6,6 mil;
- Cisco: 4,1 mil;
- IBM: 3,9 mil;
- Twitter: 3,7 mil;
- SAP: 2,8 mil;
- PayPal: 2 mil;
- Coinbase: 2 mil;
- Wayfare: 1,7 mil;
- Carvana: 1,5 mil;
- DoorDash: 1,2 mil;
- Stripe: 1 mil.