Home ENERGIA Agência Internacional afirma que mercado das energias renováveis pode gerar 70 milhões de novos empregos até 2050

Agência Internacional afirma que mercado das energias renováveis pode gerar 70 milhões de novos empregos até 2050

O estudo prevê uma redução de 50% nas vagas de empregos relacionadas a combustíveis fósseis, passando de 38 milhões para 19 milhões até 2050.

by Andriely Medeiros
O estudo prevê uma redução de 50% nas vagas de emprego relacionadas a combustíveis fósseis, passando de 38 milhões para 19 milhões até 2050.

Divulgado na última quinta-feira, 30, o novo relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) revelou que a transição energética pode impulsionar a criação de mais de 70 milhões de empregos no mercado até 2050. Com ênfase na importância de atingir as metas climáticas, o relatório destaca que os investimentos no objetivo de limitar o aquecimento global a 1.5°C do Acordo de Paris são essenciais para que o setor de energias renováveis alcance as projeções de novos empregos. Contudo, o estudo alerta para a necessidade de abordar a importância de medidas políticas mais abrangentes para maximizar os benefícios da transição energética.

Novo estudo da Irena aponta boas perspectivas para geração de vagas no mercado das renováveis

Às vésperas da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) em Dubai, a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) apresentou um estudo impactante que destaca o potencial da transição energética na criação de empregos e na transformação do setor de energia. Segundo a pesquisa da Irena, a transição energética no setor das energias renováveis poderá impulsionar a criação de mais de 70 milhões de empregos até 2050.

Essa projeção eleva o número atual de 67 milhões para 140 milhões, marcando um avanço significativo no mercado de trabalho global. O estudo ressalta que atingir as metas climáticas, particularmente limitando o aquecimento global a 1.5°C, conforme estabelecido pelo Acordo de Paris, será essencial para esse cenário positivo. Caso esse objetivo seja alcançado, o setor de energias renováveis verá um aumento expressivo, saltando dos 13,7 milhões para 39 milhões de empregos em 2050.

Contudo, a transição energética não será isenta de desafios no mercado global. O estudo da Irena prevê uma redução pela metade nas vagas de emprego relacionadas a combustíveis fósseis, passando de 38 milhões para 19 milhões até 2050. A Irena enfatiza a necessidade urgente de treinamento e requalificação dessa força de trabalho para que ela possa se realocar em setores de baixa emissão.

Novos desafios surgem com as projeções de empregos para a transição energética

Um aspecto essencial abordado pela Irena no relatório sobre a transição energética é a distribuição desigual dos empregos renováveis entre regiões. A Ásia, segundo as projeções, concentrará cerca de 55% dos empregos nesse setor até 2050, seguida pela Europa com 14%, e as Américas com 13%. Além disso, apenas 9% dessas oportunidades estarão na África Subsaariana. O relatório da Irena ressalta a necessidade de uma abordagem mais igualitária em relação à transição energética.

Até agora, as políticas relacionadas têm se concentrado principalmente nos aspectos tecnológicos, institucionais e regulatórios, com pouca atenção às implicações socioeconômicas. Os especialistas da instituição alertam que questões distributivas, incluindo renda, gastos sociais e impactos das mudanças climáticas, merecem uma atenção mais cuidadosa. Para maximizar os benefícios da descarbonização do setor de energia, com foco nas energias renováveis, é essencial fortalecer a aceitação e o apoio a essas transformações, considerando seus impactos sociais e econômicos.

Francesco La Camera, diretor-geral da Irena, destacou a promessa da transição energética em impulsionar a economia global, mas ressaltou a necessidade de lidar com a desigualdade persistente. Além disso, segundo a organização, enquanto o investimento e o comércio serão fundamentais para impulsionar o crescimento em economias avançadas, os países em desenvolvimento dependerão de suporte financeiro e políticas sociais para enfrentar os desafios da transição energética.

Assim, em meio às discussões preparatórias para a COP28, o estudo da Irena destaca não apenas a importância da transição energética para o meio ambiente, mas também uma nova perspectiva sobre as oportunidades de empregos no mercado das energias renováveis.

Conheça um pouco mais sobre a IRENA

A Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) é uma organização intergovernamental dedicada à promoção do uso sustentável e a ampliação da adoção de energias renováveis em nível global. Ela foi estabelecida em 2009 e sua sede está localizada em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A IRENA atua como um fórum internacional para a cooperação entre países no desenvolvimento e implementação de políticas, tecnologias e projetos relacionados às energias renováveis.

A missão da IRENA é facilitar a transição global para um sistema energético mais sustentável, impulsionado pelo aumento da participação de fontes renováveis na matriz energética. Isso inclui energia solar, eólica, biomassa, geotérmica e outras formas de energia limpa e sustentável.

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