Nesta quinta-feira, (18/08), a Agência Internacional de Energia (AIE) alerta o mercado global quanto aos problemas do segmento de produção de energia solar e destaca a falta de diversificação dos fornecedores de painéis solares como a principal questão a ser combatida. Isso, pois a agência acredita que o mercado internacional ainda está muito voltado para a região da China. Impossibilitando a facilidade de acesso a esses equipamentos. Além disso, a concentração produtiva acaba acarretando uma baixa competitividade no setor.
Cadeia de fornecedores de painéis solares no mercado internacional ainda está concentrada em torno da China, aponta AIE quanto ao setor de energia
Com o crescimento dos projetos de produção de energias renováveis em todo o cenário mundial, a AIE agora se volta para os principais problemas que precisam ser enfrentados em prol da segurança no ramo. Entre as questões apontadas, a baixa diversificação dos fornecedores de painéis solares ainda é a mais perigosa para o mercado global.
Esses equipamentos são a base de qualquer empreendimento de produção do recurso e precisam ser acessíveis à compra pelas empresas.
Apesar disso, a AIE afirma que o mercado global está fortemente voltado para a região da China e dos fabricantes desses produtos, causando um déficit no abastecimento global dos painéis.
Isso, pois o governo chinês vem investindo fortemente nos projetos de crescimento industrial no ramo das renováveis. E na atração de compradores dos sistemas de produção de energia solar.
Embora esse cenário seja altamente favorável ao país chinês, a AIE aponta que isso também levou a desequilíbrios nas cadeias de fornecimento de energia solar fotovoltaica. De acordo com o Relatório Especial da AIE sobre Cadeias de Suprimentos Globais de Energia Solar Fotovoltaica.
“A China tem sido fundamental na redução dos custos mundiais da energia solar fotovoltaica, com múltiplos benefícios para as transições de energia limpa. Ao mesmo tempo, o nível de concentração geográfica nas cadeias de suprimentos globais também apresenta desafios potenciais que os governos precisam enfrentar. Acelerar as transições de energia limpa em todo o mundo colocará mais pressão nessas cadeias de suprimentos para atender à crescente demanda. Mas isso também oferece oportunidades para outros países e regiões ajudarem a diversificar a produção e torná-la mais resiliente”, afirmou Fatih Birol, diretor executivo da AIE.
Crescimento da capacidade produtiva dos países acarretou na necessidade de novos fornecedores de placas fotovoltaicas e demais sistemas, aponta AIE
O relatório da AIE sobre o setor das renováveis no mercado internacional também mostrou que, com o crescimento da capacidade de produção de energia solar nos países, a necessidade de novos equipamentos e fabricantes também aumentou consideravelmente.
Isso, por sua vez, exige uma grande expansão adicional na capacidade de fabricação, levantando preocupações sobre a capacidade de o mundo de desenvolver rapidamente cadeias de suprimentos resilientes.
Além disso, os países passaram a se preocupar cada vez mais com a expansão produtiva em detrimento do abastecimento de equipamentos.
Esse é um problema que causou uma cadeia de questões a serem resolvidas no setor de energia solar. Visto que levou a um aumento de cerca de 20% nos preços dos painéis solares no ano passado.
Consequentemente, os prazos dos projetos foram atrasados e os custos de fornecedores e de produção foram elevados consideravelmente.
Com o alerta, a AIE espera então que os países voltados para a produção de energia solar, como o próprio Brasil, possam voltar seus olhares agora para a diversificação dos fornecedores de painéis solares. E consigam contornar a instabilidade de preços no ramo internacional.