Com foco nos painéis de energia solar mais competitivos, a Casa dos Ventos tem planos de investir cerca de R$ 3,5 bilhões para entrar no segmento de geração solar centralizada e alcançar 1 GW da fonte de energia limpa até 2026. Segundo o diretor-executivo da empresa, Lucas Araripe, o modelo auxiliará a empresa a otimizar custos e aproveitar a infraestrutura de transmissão, visto que prevê a hibridização com parques eólicos já consolidados.
Usinas de energia solar da Casa dos Ventos devem gerar 400 MW
Segundo o executivo, durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (20), a ideia da Casa dos Ventos é, ao longo deste ano, começar a aprovação dos primeiros parques solares. Como a empresa possui uma grande capacidade instalada eólica e os painéis solares estão em um patamar de preço competitivo, a Casa dos Ventos conseguirá unir o melhor dos dois mundos e viabilizar parques de energia limpa híbridos.
A princípio a empresa deve associar 300 MW de solares às eólicas Babilônia Sul (em atividade) e Babilônia Centro (em fase de construção), em um total de 553,5 MW de capacidade instalada, localizados entre os municípios de Morro do Chapéu e Várzea Nova, na Bahia. Em seguida, deve dobrar a capacidade de energia solar, com plantas fotovoltaicas junto aos parques eólicos Serra do Tigre e Rio do Vento, ambos no Rio Grande do Norte.
Já em projetos únicos, os novos complexos solares devem totalizar cerca de 400 MW de energia limpa e estão sendo estudados em quatro estados, sendo eles, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. A expectativa é que os complexos estejam em atividade até 2026.
Casa dos Ventos investirá R$ 12 bilhões em energia limpa
Além dos parques de energia solar, a Casa dos Ventos prevê cerca de 3 GW em eólicas nos próximos dois anos, com previsão de até R$ 9 bilhões em investimentos. Levando em conta esse novo volume de R$ 12 bilhões para projetos de energia limpa, Araripe destaca que 70% do aporte voltado aos empreendimentos eólicos e solares serão captados através de financiamento de longo prazo, sendo que um já foi contratado junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante está sendo estudado para acontecer por mercado de capitais, via debêntures incentivadas e pelo Banco do Nordeste (BNB). O valor restante será viabilizado por capital próprio.
Com uma expansão de quase 4,2 GW até 2026, Lucas Araripe afirma que a empresa tem visto desafios na demanda para destinar a geração de energia limpa e que tem dialogado com empresas eletrointensivas e do exterior. O intuito é aproveitar a criação dos hubs para se beneficiar da transição energética e potencializar o crescimento da empresa.
Parceria com TotalEnergies
A expansão do portfólio de energia limpa foi possível graças à venda de 34% do braço de geração da companhia para a francesa TotalEnergies, anunciada em outubro de 2022. De acordo com o executivo, a sociedade foi fechada com dois objetivos principais: aumentar a capitalização da geradora para desenvolver novos projetos e reduzir os custos de capital.
Segundo Araripe, para construir um projeto de energia solar ou eólica a Casa dos Ventos precisa de um recurso ótimo para comprar equipamentos de forma competitiva. Desta compra, cerca de 80 a 70% é dívida. Desta forma, o custo do financiamento da dívida é muito relevante no custo final de energia, e a TotalEnergies, para todos os seus novos projetos, tem dado esse suporte financeiro de garantias, que ajudam na redução do seu custo de capital e tornam a empresa ainda mais competitiva.