O grupo chileno Arauco conquistou uma importante aprovação para seu ambicioso empreendimento no Brasil. O Conselho Estadual de Controle Ambiental (CECA) aprovou por unanimidade, na tarde de quinta-feira (25), a Licença Prévia para a instalação de uma gigantesca fábrica de papel e celulose em Inocência, localizada a 331 km de Campo Grande.
Arauco obtém licença prévia para fábrica de celulose em Inocência
A concessão do documento marca o início concreto do “Projeto Sucuriú”, um empreendimento que promete transformar a região e impulsionar a economia local. A aprovação abrange não apenas a localização da fábrica, mas também outros aspectos preliminares do projeto.
Entretanto, antes que as obras efetivamente comecem, a Arauco precisa seguir os trâmites regulatórios, como solicitar ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) a Licença de Instalação. Posteriormente, a empresa deve obter a Licença de Operação para iniciar suas operações.
Projeto Sucuriú: Um empreendimento bilionário que transformará a região
O “Projeto Sucuriú” representa um investimento massivo de R$ 28 bilhões, visando a geração de cerca de 12 mil empregos durante a fase de construção. Após a conclusão, a fábrica promete manter 1.070 empregos diretos e indiretos. A construção está programada para iniciar em 2025, com a primeira fase do projeto prevista para entrar em operação em 2028, seguida pela segunda fase em 2032.
Cada linha de produção terá capacidade para gerar 2,5 milhões de toneladas de celulose anualmente, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana. Além da produção de celulose e papel, a Arauco planeja gerar energia elétrica através da queima de resíduos de madeira, como raízes e galhos, com capacidade para até 420 MW.
Parte significativa dessa energia será destinada ao consumo interno da fábrica, enquanto o excedente será exportado. No estado de Mato Grosso do Sul, a Arauco já opera a Mahal, uma empresa florestal com mais de 60 mil hectares de florestas cultivadas em diversas localidades, incluindo Inocência, Água Clara, Três Lagoas, Aparecida do Taboado, Selvíria e Chapadão do Sul.
Arauco segue os trâmites regulatórios para iniciar as obras da fábrica
O processo de aprovação envolveu um extenso Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), que abrangeu a caracterização do empreendimento, diagnóstico ambiental, aspectos físicos, bióticos e socioeconômicos, identificação e avaliação de impactos ambientais, bem como estudos complementares. Todo o processo atende às exigências do Imasul, incluindo documentação, laudos técnicos e certidões.
Segundo Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), o projeto em Inocência é uma oportunidade para receber um significativo empreendimento, comparável à experiência da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo. Ele ressaltou que todas as precauções foram tomadas, abrangendo as esferas ambiental e de infraestrutura urbana, visando a preparação para o crescimento iminente que a cidade de Inocência enfrentará.
A infraestrutura urbana também será beneficiada pelo protocolo de intenções firmado entre a Arauco e a Prefeitura de Inocência. Entre as ações planejadas está a construção de uma terceira pista na rodovia MS-377, no trecho entre Água Clara e Inocência, e o apoio na estruturação e implementação do Plano Diretor do município.
Com investimentos da Arauco em Inocência e a construção da fábrica da Suzano em Ribas do Rio Pardo, Mato Grosso do Sul testemunha um influxo significativo, totalizando quase R$ 50 bilhões no setor de celulose. O estudo também considerou o impacto no tráfego de caminhões nas rodovias locais, assegurando que não haverá alterações significativas no fluxo viário de Inocência. O local escolhido levou em conta diversos fatores, incluindo condição da área, logística regional, incentivos fiscais, localização estratégica da cidade, direção dos ventos e proximidade do Rio Sucuriú.