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Brasil colabora com Japão em projeto de produção do SAF utilizando etanol

O Brasil, que possui uma abundância de matéria-prima para a produção de etanol, está sendo a grande aposta do Japão para o projeto.

by Andriely Medeiros
O combustível SAF surge como uma alternativa que promete reduzir as emissões poluentes em comparação com o querosene convencional.

De acordo com as informações divulgas pela Unica, representantes do Brasil e Japão se reuniram na última quarta-feira,13, para discutir e impulsionar um projeto de produção do Sustainable Aviation Fuel (SAF), um combustível sustentável para a aviação baseado no etanol. Especialistas e representantes governamentais de ambos os países exploram estratégias para a produção desse recurso, em busca das metas do Japão de atingir 10% de utilização de SAF até 2030. O Brasil, com seu potencial na produção de etanol, surge no cenário global como um grande parceiro, oferecendo insumos para a produção de SAF no projeto. Além disso, a iniciativa promete impulsionar novos avanços tecnológicos e criar oportunidades de emprego em ambos os países.

Novo projeto de produção de SAF a partir do etanol é discutido entre o Brasil e o Japão

O Brasil e o Japão estão unindo esforços para impulsionar o desenvolvimento do Sustainable Aviation Fuel (SAF), um combustível sustentável para a aviação, produzido a partir do etanol. Especialistas, membros do governo e do setor privado dos dois países se reuníram em Tóquio, após a 28ª Conferência do Clima (COP28), para tratar de estratégias relacionadas à produção desse recurso.

O encontro contou com a participação de entidades-chave, como a União da Indústria de Cana-de-açúcar e Bioenergia (Unica), o Ministério das Relações Exteriores (MRE), a ApexBrasil e o Ministério da Economia do Japão. Juntos, esses promotores buscam explorar oportunidades que impulsionem a produção e o uso do SAF a partir do etanol. 

O Japão está desenvolvendo grandes metas para a implementação do SAF como parte da sua estratégia de descarbonização do transporte aéreo. O governo do país estabeleceu um mandato que visa atingir 10% de utilização de SAF até 2030, especificamente em voos internacionais nos aeroportos japoneses. O estimado é de que a demanda por combustível sustentável de aviação possa atingir a marca de 1,7 bilhão de litros anuais

Atualmente, sete rotas de produção de biocombustíveis estão certificadas para a produção do SAF. Entre elas, o destaque é a rota Alcohol to Jet (ATJ), que utiliza o etanol como base. Especialistas destacam essa rota como a solução mais viável a curto prazo para cumprir a meta de neutralidade de carbono na aviação internacional até 2050.

Brasil possui forte potencial para projeto de produção de SAF

O Brasil, com uma grande quantidade de matéria-prima para a produção de etanol, está sendo a grande aposta do Japão para o projeto de descarbonização. O presidente da Unica, Evandro Gussi, destaca o potencial do Brasil em contribuir para a diversificação das fontes de energia no transporte aéreo japonês. Isso pode ocorrer tanto fornecendo insumos para a produção de SAF quanto disponibilizando o próprio combustível sustentável para as aeronaves.

Apesar dos avanços, o desenvolvimento do projeto de SAF enfrenta desafios, como a necessidade de escalar a produção para atender à crescente demanda. Assim, a colaboração do Brasil com o Japão surge como uma oportunidade para enfrentar esses desafios de maneira conjunta, compartilhando conhecimento e recursos.

A cooperação internacional nesse projeto também irá fortalecer os laços diplomáticos e promover a sustentabilidade global. A troca de experiências entre especialistas brasileiros e japoneses pode resultar em inovações importantes para o setor, principalmente no contexto mais amplo da transição para uma matriz energética mais limpa.

Além dos benefícios ambientais, a produção e o comércio internacional de SAF a partir do etanol representam uma grande oportunidade econômica para ambos os países. O Brasil, como líder na produção de etanol, pode ampliar sua participação no mercado global de biocombustíveis, ao passo que o Japão avança em direção às suas metas de descarbonização.

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