Na COP 28, finalizada na última segunda-feira, 4, o Brasil se destacou ao assumir um compromisso com outros 117 países para triplicar sua produção de energias renováveis até 2030. A iniciativa global liderada por potências como a União Europeia busca não apenas impulsionar a produção de fontes mais limpas, como eólica e solar, mas também aumentar as capacidades globais para 11.000 gigawatts. Contudo, a ausência de China e Índia no acordo e o debate sobre a energia nuclear, defendida por alguns países, como os Estados Unidos, evidenciam as complexidades e desafios enfrentados na transição para um futuro mais sustentável. O Brasil, ao aderir a essa meta, visa fortalecer sua matriz energética com novos projetos renováveis.
Novos investimentos em projetos e produção de energias renováveis no Brasil
Na mais recente Conferência das Partes (COP 28), o Brasil assumiu um compromisso histórico. Juntamente com outros 117 países, o Brasil se comprometeu a triplicar sua capacidade de produção de energias renováveis até 2030. Essa iniciativa visa enfrentar desafios ambientais e climáticos globais, com o objetivo de impulsionar a transição para fontes mais limpas e sustentáveis.
O acordo global busca não apenas impulsionar a produção de energias renováveis com novos projetos, como eólica, solar e hidrelétrica, mas também aumentar significativamente as capacidades globais, passando dos atuais 3.400 gigawatts para cerca de 11.000 gigawatts. Essa meta é liderada por potências como a União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos.
O Brasil, reconhecido internacionalmente pela sua vasta matriz energética, se destacou como um dos grandes líderes comprometidos a ampliar a produção e a contribuir significativamente para essa transição global. Surpreendentemente, China e Índia, embora apoiem a iniciativa, decidiram não assinar o compromisso na COP 28. Esse movimento, relatado pela Reuters, destaca as nuances e as circunstâncias nacionais distintas que influenciam as decisões dos países em relação a projetos e acordos internacionais.
Meta da COP 28 será colocada em prática nos próximos anos no mercado de energias renováveis
Para o Brasil, a decisão de triplicar a produção de energias renováveis representa uma oportunidade significativa de acelerar sua transição energética com novos projetos. Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, destaca a importância da triplicação na produção de energias renováveis como uma chance única para o Brasil explorar mercados de exportação, incluindo biocombustíveis e o potencial do hidrogênio verde.
Por outro lado, enquanto o mundo se volta para as energias renováveis, um debate intenso surge sobre a inclusão da energia nuclear no cenário global. Países como Alemanha abandonaram essa forma de energia, enquanto outros, como Estados Unidos, França e Japão, comprometem-se a expandir sua produção nuclear até 2050. John Kerry, enviado especial dos EUA para o clima, destacou na COP 28 a energia nuclear como essencial para atingir emissões líquidas zero até 2050.
No entanto, vozes críticas, como Jeff Ordower, do grupo ambientalista 350.org, alertam para as “distracções perigosas” da energia nuclear. O debate revela divergências significativas sobre o papel desta forma de energia na transição global para fontes mais sustentáveis.
O acordo pró-nuclear da COP 28 inclui uma gama variada de signatários, desde países em desenvolvimento, como Mongólia e Marrocos, até nações em conflito, como a Ucrânia. Atualmente, os 412 reatores nucleares em 31 países fornecem cerca de 10% da eletricidade mundial.
A decisão do Brasil de participar ativamente da COP 28 e aderir à meta de triplicar a produção de energias renováveis reflete um compromisso notável. No entanto, o país enfrenta desafios internos, incluindo questões socioeconômicas e logísticas para alcançar os projetos previstos. Assim, o caminho para um futuro mais sustentável envolve desafios, debates e colaborações internacionais, e a COP 28 se destaca como um marco crucial nessa jornada.