O governo brasileiro está analisando um convite da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados (Opep+) para integrar o grupo a partir de janeiro de 2024. O convite, confirmado pela Secretaria de Comunicação Social, está sob análise do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Embora a Opep já tenha dado como certa a entrada do Brasil, o ministro destaca que a adesão à Opep+ faz mais sentido, especialmente para discutir as posições dos países produtores de petróleo durante a transição energética global e as novas estratégias de exportação do produto.
Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados convida Brasil para ingressar no grupo de produção e exportação de petróleo
O governo brasileiro está atualmente considerando um convite feito pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo e Aliados. O convite propõe a inclusão do Brasil como um dos “aliados” do grupo a partir de janeiro de 2024 e abre portas para novas possibilidades no setor de petróleo, além da expansão da exportação nacional. A Secretaria de Comunicação Social do governo confirmou que a análise está em andamento, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, está liderando a avaliação do convite.
Até o momento, não há uma decisão final, mas o governo está dedicado a explorar as implicações dessa proposta. Por outro lado, a Opep, em nota recente, deu como certa a entrada do Brasil no grupo. A organização expressou as boas-vindas ao Ministro Alexandre Silveira de Oliveira, destacando que ele irá aderir à Carta de Cooperação a partir de janeiro de 2024.
Diretamente do Oriente Médio, onde acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro Alexandre Silveira comentou sobre o convite. Ele enfatizou que para o Brasil, faz mais sentido integrar a Opep+ em comparação com a Opep tradicional. Silveira destacou que a Opep+ está atualmente discutindo as opiniões dos países produtores de petróleo em meio à transição energética global, além do cenário de exportação do produto.
O ministro Silveira ainda ressaltou que é do interesse do Brasil participar de discussões relacionadas à transição energética mundial. No entanto, ele esclareceu que ainda não há uma decisão final. Ministérios-chave, incluindo Minas e Energia, Fazenda, Meio Ambiente e Relações Exteriores, estão envolvidos na análise, e a decisão final será tomada pelo presidente Lula.
Opep+ pode ser alternativa mais viável para o Brasil do que a Opep tradicional
Um panorama sobre a diferença entra a Opep e a Opep+ é essencial para compreender o convite feito ao Brasil. Enquanto a Opep reúne 13 grandes países ofertantes de petróleo, a Opep+, simbolizada pelo sinal de adição, inclui “países aliados”. Esses não fazem parte integral da organização, mas colaboram em políticas internacionais ligadas ao comércio e exportação de petróleo.
O Brasil, até o momento, não faz parte desses grupos, mas o convite representa uma mudança significativa. Estados Unidos, Canadá, Brasil, China e Catar estão entre os grandes produtores que não fazem parte da Opep e, portanto, também não integram a Opep+.
Durante a visita do secretário-geral da Opep, Haitham Al Ghais, ao Brasil em outubro, foram realizadas reuniões com o presidente Lula e o Ministro Alexandre Silveira. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, também esteve presente. Na ocasião, Silveira destacou a importância de estimular a economia brasileira e criar competitividade interna nos preços dos combustíveis.
Além disso, o Brasil já havia sido convidado para participar da Organização em 2019, mas na época, o presidente Jair Bolsonaro havia recusado o convite informal. Em 2020, houve outra tentativa de aproximação, quando o então secretário-geral da Opep, Mohammad Sanusi Barkindo, convidou o Brasil para participar de um acordo de cooperação. Agora, o presidente Lula decidirá os próximos passos do Brasil em relação ao mercado de produção e exportação de petróleo.