O Brasil está caminhando para se tornar um líder na produção de hidrogênio verde, uma fonte de energia renovável promissora. Com uma matriz energética limpa, extensa infraestrutura de distribuição de etanol, e vastos recursos naturais, o país está bem posicionado para alavancar essa indústria. Recentemente, uma audiência pública no Senado discutiu o uso do hidrogênio verde na mobilidade, destacando o potencial de transformação na indústria de veículos. Nesse cenário, a região Nordeste, com sua produção de energia eólica e solar, emerge como um possível centro de produção do combustível, enquanto o Brasil caminha rumo a se tornar uma potência global em energia sustentável.
Produção de energia renovável no Brasil deve crescer exponencialmente
Atualmente, o mundo está buscando ativamente alternativas de energia mais limpa e sustentável, e o hidrogênio verde surge como uma promissora fonte de combustível. Este tipo de hidrogênio é produzido a partir da quebra de moléculas de água por meio de fontes de energia renovável, como a hidroeletricidade, a energia solar, eólica e geotérmica. Dessa forma, o processo de produção é ambientalmente viável, uma vez que as emissões de gases resultantes são quase inexistentes.
Nesse cenário, o Brasil vem se destacando com sua matriz energética que combina a hidroeletricidade com biocombustíveis, tornando-se um candidato ideal para se tornar um dos maiores produtores de hidrogênio verde do mundo. A matriz energética do Brasil, majoritariamente baseada em fontes limpas, é uma das mais ecologicamente sustentáveis em todo o mundo.
Ele também é conhecido por abrigar a maior floresta tropical do planeta, a Amazônia, que contribui significativamente para a redução das emissões de carbono globais. Esses fatores combinados estabelecem as bases para o Brasil se tornar um importante produtor de hidrogênio verde, conforme destacam os especialistas que tratam do combustível.
Além disso, o uso do hidrogênio verde também pode transformar a indústria de veículos no Brasil. Veículos flex ou híbridos-flex, que podem ser abastecidos com etanol, emitem significativamente menos gases de efeito estufa em comparação com carros elétricos na Europa. Isso abre oportunidades para o desenvolvimento de uma frota de veículos mais sustentável no país, alinhando-se com as tendências globais em direção a uma mobilidade mais limpa com o uso de energia renovável.
Infraestrutura do etanol pode impulsionar distribuição do hidrogênio verde no Brasil
O Brasil é reconhecido como o maior produtor mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar. Além disso, o país já possui uma extensa rede de infraestrutura para a distribuição de combustíveis. Dessa forma, a combinação desses fatores cria uma oportunidade única para a produção e distribuição de hidrogênio renovável, utilizando a já existente rede de postos de combustível que abastecem etanol.
Essa discussão não está apenas no cenário ambiental, visto que, no âmbito político, a Comissão Especial de Hidrogênio Verde no Senado Brasileiro tem promovido discussões importantes sobre o uso dessa fonte de energia renovável para a mobilidade no país. Recentemente, uma audiência pública realizada no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas (SP), reuniu especialistas para debater as perspectivas do hidrogênio verde no Brasil.
Roberto Matarazzo Braun, da Toyota do Brasil, destacou o potencial de utilizar a infraestrutura de etanol já existente no país para a distribuição do hidrogênio verde. Ele afirmou que o Brasil possui 43 mil postos de combustível que já comercializam etanol, e a ideia de implementar reformadores de etanol para a produção de hidrogênio pode ser uma solução viável para alavancar essa indústria. Já João Bruno Bastos, representando o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, ressaltou a complexidade de encontrar soluções que atendam a todos os países e suas diversas situações.
Ele destacou que as soluções sustentáveis são altamente influenciadas por fatores locais, tornando necessário adaptar as tecnologias às realidades específicas de cada região. Segundo eles, através de parcerias público-privadas, investimentos em educação e formação de recursos humanos, o país pode liderar o caminho em direção a um futuro mais sustentável no ramo da energia renovável.