A Vestas, principal fabricante global de turbinas eólicas, está considerando uma expansão de sua fábrica no Ceará, Brasil, em resposta à crescente demanda por energia renovável e ao potencial do hidrogênio verde na região. Além disso, a Vestas está avaliando a possibilidade de ingressar no mercado offshore, enquanto destaca a importância da infraestrutura portuária e da revisão das regras de competição no Brasil. A expansão planejada poderá impulsionar a indústria de energia eólica no Nordeste do Brasil, gerando empregos e contribuindo para a transição energética da região.
Expansão de fábrica de turbinas eólicas no Ceará
A Vestas está considerando uma significativa expansão de sua fábrica no Ceará, no nordeste do Brasil. O motivo por trás dessa movimentação estratégica é o crescente interesse na geração de energia renovável e no desenvolvimento do hidrogênio verde na região. Há anos, a Vestas tem se destacado como um dos principais fabricantes de turbinas eólicas em todo o mundo. Sua presença global e compromisso com a inovação a consolidaram como uma líder no setor de energia eólica.
O Brasil, com seu vasto potencial eólico, tornou-se um mercado estratégico para a empresa. Além disso, a Região Metropolitana de Fortaleza, no estado do Ceará, é o lar da fábrica da Vestas. O local foi escolhido devido ao seu potencial para a produção de turbinas eólicas e à crescente demanda por energia renovável. Desde então, a região tem sido particularmente proeminente devido ao seu compromisso com o hidrogênio verde, que está ganhando destaque com o iminente início da produção no Complexo do Pecém (Cipp S/A).
Com a crescente desse mercado de hidrogênio verde, a Vestas está considerando expandir sua fábrica no Ceará para atender à crescente demanda por turbinas eólicas associadas a essa fonte energética promissora. No entanto, a expansão da fábrica no Ceará não significa, necessariamente, a construção de uma nova unidade. A Vestas está explorando maneiras de aumentar a capacidade de produção e eficiência de sua instalação existente.
O vice-presidente da empresa para assuntos institucionais e governamentais na América Latina, Leonardo Euler de Morais, esclareceu que estão estudando a possibilidade de investimentos adicionais na fábrica. Ele enfatizou que a decisão final ainda não foi tomada, mas a empresa acredita fortemente no potencial de crescimento da energia eólica no Ceará. A companhia está comprometida em acompanhar as mudanças no mercado e ajustar sua capacidade de produção de acordo com as necessidades, conforme destacado pelo especialista.
Vestas mira no mercado offshore para o futuro
A Vestas também está considerando investir no mercado de turbinas eólicas offshore, aquelas instaladas em alto-mar. Embora essa expansão seja parte dos planos, a empresa entende que o mercado offshore é diferente do mercado onshore em vários aspectos. Leonardo Euler de Morais explicou que os projetos offshore têm prazos mais longos de desenvolvimento, devido à complexidade envolvida, incluindo o arcabouço legal e procedimentos de leilão.
Portanto, a Vestas espera que os projetos offshore sejam amplamente implementados apenas na próxima década. A infraestrutura portuária desempenha um papel fundamental no mercado de turbinas eólicas offshore. O Porto do Pecém, no Ceará, tem trabalhado ativamente para atrair investimentos tanto de fabricantes de turbinas eólicas quanto de fornecedores da cadeia de valor. Assim, a Vestas reconhece o esforço do Estado em promover a transição energética e apoia as políticas públicas que colocam a energia renovável no centro de suas agendas.
Embora o Brasil tenha o potencial para produzir turbinas eólicas, existem desafios que precisam ser superados. Atualmente, as regras e incentivos tributários favorecem a importação de turbinas eólicas em detrimento da produção local. Leonardo Euler de Morais ressaltou a importância de rever as regras de competição com o mercado exterior de energia. A empresa segue agora em busca igualdade de condições para a produção local, visando uma competição justa com turbinas eólicas importadas.