Um grupo de investidores chineses da Ningxia Eppen, empresa líder global na indústria de aminoácidos, esteve no Brasil na última semana com o intuito de explorar a possibilidade de construir uma nova fábrica no Mato Grosso. A comitiva chinesa foi recebida por autoridades estaduais, incluindo o vice-governador Otaviano Pivetta e o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda.
Investimento de 600 milhões de dólares em Mato Grosso
A visita dos chineses teve como principal foco o interesse em investir em aminoácidos a partir do milho, com a intenção declarada de aportar cerca de 600 milhões de dólares para a produção do insumo por meio do processamento do cereal no país. O projeto almeja uma produção anual de aproximadamente 350 mil toneladas de diversos aminoácidos e 200 mil toneladas de subprodutos, além da geração de cerca de mil empregos diretos no Estado.
“Mato Grosso se destaca como o maior produtor de milho do país, além de ser referência na produção de etanol de milho, aspectos que chamaram a atenção dos executivos da Ningxia Eppen e motivaram a visita ao Estado”, destacou o secretário César Miranda. A proximidade com áreas de cultivo de milho é um fator crucial para a instalação da nova fábrica, pois reduziria significativamente os custos logísticos associados ao transporte da matéria-prima.
Chineses visitam Cuiabá, Nova Mutum e Cáceres
Durante os três dias de estadia em Mato Grosso, a delegação chinesa visitou diversas cidades, incluindo Cuiabá, Nova Mutum e Cáceres, além de conhecer a Zona de Processamento de Exportação (ZPE). Reuniões com autoridades locais, como o vice-governador Otaviano Pivetta, prefeitos das cidades visitadas e o secretário César Miranda, também fizeram parte da agenda.
Um ponto que chamou a atenção dos investidores chineses foi o uso extensivo de biomassa nas indústrias locais, uma fonte de energia limpa e renovável. Isso contrasta com a realidade chinesa, onde o carvão ainda desempenha um papel central na matriz energética industrial.
“A possibilidade de utilizar biomassa como fonte de energia térmica é algo que não podemos fazer na China devido às nossas leis ambientais. Isso sem dúvida é um diferencial competitivo do Mato Grosso”, comentou Bai Pengya, gerente do Departamento de Tecnologia da Ningxia Eppen.
Chineses afirmam que Mato Grosso tem 80% das chances de receber a nova fábrica
Os preços da saca de milho em Nova Mutum também foram destacados pelos chineses, que enxergam no Mato Grosso 80% das chances de se tornar sede da nova fábrica da empresa. “Mato Grosso é um bom lugar. Aqui há abundância de recursos e potencial para o futuro. Produzindo localmente, podemos tanto exportar para a China quanto importar produtos de lá”, ressaltou Bai Pengya.
A proximidade com a Bolívia e o consequente acesso facilitado ao gás natural, além das facilidades logísticas para exportação oferecidas pela ZPE, foram aspectos adicionais destacados pela comitiva chinesa. “Tudo isso, somado ao uso da biomassa, aumenta a eficiência produtiva e diminui a dependência de insumos importados para a produção dos aminoácidos”, explicou Linacis Silva, superintendente de Agronegócios da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec).
Aprovação do governo Chinês
Apesar do otimismo e dos pontos positivos observados, a decisão final sobre a instalação da nova fábrica de aminoácidos em Mato Grosso ainda depende de aprovação do Governo Chinês. Contudo, as autoridades locais permanecem confiantes e destacam as vantagens competitivas do Estado. “Mato Grosso tem tudo para ser o local ideal para este investimento. Estamos prontos para recebê-los e oferecer todas as condições necessárias para que esse projeto se torne realidade”, concluiu o secretário César Miranda.