O estado do Espírito Santo está empenhado em se consolidar como um hub de tecnologia e negócios comprometidos com a agenda ESG (Environmental, Social and Governance). Com uma iniciativa pioneira, o governo vem alocando metade dos recursos obtidos através da partilha de royalties do petróleo e do gás natural extraídos do solo capixaba em investimentos para a criação e aceleração de startups por meio do banco de desenvolvimento estadual. Além disso, incentiva a atração de empresas com forte compromisso com a sustentabilidade.
Fundo soberano financia startups de tecnologia e prevê aceleração digital de 500 empresas
O montante destinado a esse ambicioso projeto provém do fundo soberano, que conta com R$ 1,2 bilhão em recursos. Desse valor, metade é direcionada para uma poupança voltada à população, enquanto a outra metade é disponibilizada para dois programas coordenados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).
Um dos programas é o Fundo de Investimento em Participações, conhecido como FIP Funses 1, criado há cerca de um ano com um capital inicial de R$ 250 milhões do Fundo Soberano estadual. Gerenciado pela TM3 Capital, em parceria com o Bandes e a aceleradora Ace, esse fundo de investimento tem como objetivo aplicar recursos em startups de tecnologia e atrair empreendedores de outras regiões do país, fomentando a criação de um hub tecnológico no estado.
As startups selecionadas pelo programa têm a oportunidade de passar por um processo de estruturação e, se já estão operacionais e maduras, podem receber aportes do Estado por meio do fundo de investimento. Uma das empresas beneficiadas é a capixaba Aevo, uma plataforma de gestão de inovação para empresas, que recebeu um investimento de R$ 33 milhões no primeiro ano do programa.
O FIP Funses 1 se destaca como o maior fundo de venture capital com cotista único no país. Além disso, o governo estabeleceu uma meta ambiciosa: ajudar na aceleração digital de até 500 startups nos próximos dez anos, fortalecendo o ecossistema empreendedor e impulsionando a economia local.
Espírito Santo disponibiliza recursos para empresas ESG por meio dos valores dos royalties do petróleo
De acordo com o presidente do Bandes, Marcelo Saintive, “A ideia é pegar as startups de tecnologia para fomentar esse ecossistema, dar velocidade para ele, para que a sociedade capixaba consiga se apropriar de um ecossistema de inovação, que beneficia toda a economia. É o único Estado que tem um fundo soberano e faz dele voltado à inovação”.
Em julho, o Estado deu mais um passo em seu programa de desenvolvimento ao alocar recursos do Fundo Soberano para a emissão de debêntures. Serão destinados R$ 250 milhões para empresas que demonstrem especial atenção às práticas ESG e desejem operar no Estado. O objetivo é apoiar projetos que exigem um investimento mínimo de R$ 20 a R$ 50 milhões, financiando até 80% do valor necessário. Com o encerramento das inscrições, 22 companhias já demonstraram interesse em participar desse programa.
“O governo entende que nessa discussão de desenvolvimento sustentável é preciso ter um sistema de inovação dinâmico, perene. E resolve também alocar em empresas que estão no Estado ou que queiram implantar negócios aqui”, finalizou Marcelo.
A iniciativa do governo do Espírito Santo visa não apenas impulsionar a economia local e criar um ambiente favorável para empresas inovadoras, mas também reforçar seu compromisso com a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. Ao investir os valores dos royalties do petróleo e do gás natural em startups e empresas alinhadas com a agenda ESG, o estado busca se posicionar como um exemplo de desenvolvimento sustentável e atrair ainda mais investimentos e talentos para a região. Com um cenário promissor e iniciativas inovadoras, o Espírito Santo está trilhando o caminho para se tornar um importante polo tecnológico e de negócios no Brasil.