A Petrobras está buscando diversificar seus investimentos em energias renováveis além das eólicas offshore. Essa mudança faz parte do plano de redução da pegada de carbono da companhia nos próximos anos, liderado pelo novo diretor de Transição Energética, Maurício Tolmasquim. A estatal planeja buscar parcerias com outras empresas para desenvolver projetos conjuntos e compartilhar conhecimentos e riscos.
Petrobras diversifica investimentos em renováveis
A Petrobras está buscando expandir seu portfólio de energias renováveis para diversificar suas opções de baixo carbono e se preparar para um futuro mercado que demandará menos petróleo. Para isso, a empresa está avaliando novas tecnologias, tais como tecnologias onshore, hidrogênio azul e verde, CCUS e biorrefino, a fim de reduzir a sua pegada de carbono e aumentar a produção de produtos mais sustentáveis.
Ademais, a estatal também está pesquisando parcerias com outras empresas para desenvolver novos projetos e compartilhar conhecimento e risco. A ideia é fazer projetos prioritariamente em conjunto com outras empresas, apresentando diversas vantagens, tais como a possibilidade de dividir o investimento, compartilhar conhecimento e diluir o risco. A revisão do plano estratégico da Petrobras para o período de 2024 – 2028 ainda está em análise e deverá ser concluída no final deste ano.
Hidrogênio de baixo carbono
Entre as fontes de baixo carbono que a Petrobras está explorando está o hidrogênio azul e verde. O hidrogênio azul é produzido a partir do gás natural, combinado com soluções para mitigação de emissões, enquanto o hidrogênio verde é produzido a partir de fontes renováveis de energia.
Embora ainda não seja comercialmente viável, Tolmasquim afirmou que a tendência é que o hidrogênio se torne uma opção viável no futuro. A Petrobras está seguindo a tendência de eletrificação das atividades industriais e reconhece que a eletrificação é um dos caminhos para a descarbonização.
A companhia tem planos de realizar investimentos em duas plataformas (FPSO) de grande porte, totalmente eletrificadas para campos do pré-sal. A empresa está buscando continuamente novas tecnologias para reduzir sua pegada de carbono e aumentar a produção de produtos mais sustentáveis e verdes.
Petrobras investe em oferta de produtos verdes
Além de reduzir a intensidade de carbono da produção e refino, a Petrobras também está empenhada em reduzir a intensidade de carbono dos seus produtos, conhecido como Escopo 3.
Para alcançar esse objetivo, a empresa está investindo em energias renováveis e biorrefino, bem como em outras tecnologias de baixo carbono. A ideia é tornar seus produtos mais sustentáveis e atender à demanda de um mercado futuro que será mais exigente com práticas climáticas.
Atualmente, a Petrobras já produz diesel obtido a partir do coprocessamento de óleo vegetal na refinaria do Paraná, e planeja investir em novas plantas desse tipo e unidades dedicadas. Recentemente, a empresa sinalizou que esse pode ser um dos projetos da retomada de investimentos no antigo Comperj, hoje polo Gaslub, em Itaboraí (RJ).
Petrobras se posiciona para um futuro com menos consumo de petróleo
Apesar de continuar sendo uma empresa de petróleo, Tolmasquim enfatizou que a Petrobras reconhece a importância de se posicionar para um mercado futuro que consumirá menos petróleo. Isso significa investir em outras tecnologias de baixo carbono e tornar os produtos da empresa mais sustentáveis, sem perder de vista a importância do petróleo para a economia global.
A nova diretoria de Transição Energética da Petrobras, liderada por Tolmasquim, está coordenando as atividades de descarbonização, mudanças climáticas, novas tecnologias e sustentabilidade, além das atividades comerciais de gás natural. Ele assumiu oficialmente em 1º de maio, quando foi concluída a reestruturação da Petrobras.
Anteriormente, Tolmasquim foi presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), estatal de planejamento vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), de 2004 a 2016, nos governos Lula e Dilma Rousseff. Ele também é professor titular da COPPE/UFRJ e tem participado ativamente dos debates sobre transição energética.