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Rio Grande do Norte ganha planta para produção de combustível sustentável de aviação (SAF)

Rio Grande do Norte acaba de receber unidade de produção de combustível sustentável de aviação (SAF). O combustível é produzido a partir do hidrogênio verde e promete ser revolução do setor.

by Marcelo Santos
Rio Grande do Norte ganha planta para produção de combustível sustentável de aviação (SAF)

A Agência de Cooperação Alemã (GIZ) em parceria com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) inauguraram na última terça-feira (5), uma planta piloto para produção de combustível sustentável de aviação (SAF) no Rio Grande do Norte, utilizando hidrogênio verde da glicerina, subproduto do biodiesel. 

Demanda por SAF pode subir para 5 bilhões até 2025

Segundo Fátima Bezerra (PT), governadora do Rio Grande do Norte, é um passo essencial para tornar o estado, o Nordeste e o Brasil protagonistas nesse movimento da transição energética, rumo a um mundo descarbonizado. O intuito é que o projeto-piloto possa ganhar uma escala maior para suprir as necessidades de SAF das companhias aéreas, que devem reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

A demanda global por combustível sustentável de aviação deve saltar de 100 milhões de litros anuais, em 2021, para 5 bilhões em 2025, segundo dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo. De acordo com a governadora, iniciativas como essa são essenciais para incentivar o protagonismo do Rio Grande do Norte nas energias renováveis.

O diretor do projeto H2 Brasil, da GIZ, Markus Francke, acredita que o Brasil pode ser um grande fornecedor de combustível de aviação sustentável para o mundo, incluindo a Alemanha. O país lançou no final de 2022 o primeiro leilão da política H2Global para contratos de longo prazo de fornecimento de hidrogênio verde (H2V) na forma de derivados: amônia, SAF e metanol. Segundo Francke, o Brasil possui um potencial muito grande para ser um produtor gigante, especialmente o Rio Grande do Norte, que conta com mais de 80% da sua energia produzida de forma renovável.

Por que o Rio Grande do Norte?

Além do hidrogênio a partir da biomassa, também é possível produzir combustível sustentável de aviação com o hidrogênio verde, gerado da eletrólise com energias renováveis, o que a governadora Fátima Bezerra também vê como grande oportunidade para o Rio Grande do Norte.

A governadora destaca que o Nordeste responde por 80% dos parques eólicos instalados atualmente no Brasil. E o Rio Grande do Norte responde por aproximadamente cerca de 30% da produção de energia eólica no Brasil. 

Bezerra acredita que até 2026, o estado deve contar com 13,5 GW de potência instalada, levando em conta a inclusão de mais usinas solares e de biomassa. Isso sem considerar a expectativa de futuros parques eólicos offshore. Atualmente, dez estão em licenciamento no estado, somando mais 17 GW.

O governo está olhando para o que o mundo está olhando, que é o combustível do futuro, o hidrogênio verde. Serão lançados estudos para orientar as empresas a instalarem suas estruturas físicas de transmissão para eólica offshore.

Emissões de CO2 devem ser reduzidas em 2027 com uso de SAF

Para o presidente da Airbus, Gilberto Peralta, o Brasil precisa de políticas públicas e incentivo à descarbonização do transporte aéreo. Segundo o executivo, não é só importante, é crucial. O Brasil assinou um acordo de produção e abastecimento de avião com SAF.

O governo ainda atua na aprovação do marco legal do Combustível do Futuro, um programa do g overno federal, herdado da gestão anterior, em que são discutidos os mandatos para combustível sustentável de aviação e a inserção de alternativas verdes ao biodiesel no transporte.

Entre as metas incluídas no texto, está que os operadores aéreos devem reduzir as emissões de CO2 em 1% no mínimo, a partir de 1º de janeiro de 2027, em voos domésticos, utilizando SAF misturado com querosene fóssil.

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