Home DESTAQUE Real brasileiro é a terceira moeda sul-americana mais desvalorizada em uma década

Real brasileiro é a terceira moeda sul-americana mais desvalorizada em uma década

Análise conjunta observou o movimento de desvalorização das moedas frente ao dólar estadunidense em oito países

by Tiago Souza

Em 10 anos, o real brasileiro foi a terceira moeda sul-americana que mais sofreu com os efeitos da desvalorização frente ao dólar estadunidense. O registro integra um relatório feito pela consultora financeira L4 a partir de dados da plataforma Investing. O estudo analisou as variações das moedas locais de oito nações sul-americanas: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru e Uruguai.

O real brasileiro, no período analisado, caiu 54,04%, ficando atrás apenas do peso argentino (98,37%) e o peso uruguaio (70,24%). A moedas peruana e boliviana obtiveram as menores desvalorizações, 25,24% e 0,17%, respectivamente.

O levantamento não traz a análise sobre a Venezuela em razão da troca de moeda corrente nos últimos dez anos, e o Equador, pelo país utilizar o dólar estadunidense. Por falta de dados, Guiana e Suriname também estão de fora da pesquisa.

A contínua desvalorização do real brasileiro frente ao dólar traz, entre outras consequências, entraves em contratos e transações feitas com a moeda dos Estados Unidos. Já na Argentina, os quase 100% de desvalorização refletem o cenário de crise econômica vivenciada nos últimos anos no país. Há ainda um movimento justificável nesse aspecto em razão da segurança de se investir na consolidada moeda norte-americana.

Cenário brasileiro

Ao tomar como base os últimos dez anos da economia brasileira, eventos como a crise de 2015-2016, que ocasionou a pior recessão da história do país no período, e as consequência da pandemia de covid-19, contribuíram para a desvalorização do real frente ao dólar.

O período pandêmico foi marcado por altos gastos dos cofres públicos para amenizar e socorrer os cidadãos afetados em sua renda e atividade econômica. Com essa atitude, os investidores passaram a ter dúvidas sobre a capacidade de pagamento das dívidas e a manutenção de um mecanismo de austeridade fiscal.

“Isso prejudicou o real porque investidores não gostam de incertezas econômicas”, afirmou um sócio e cofundadores da L4 Capital, uma das instituições que cooperaram no estudo.

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