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Petróleo brasileiro ameaça soja pelo domínio da balança comercial em 2024 com exportações históricas

Brasil projeta recorde de receita com exportação de petróleo bruto para 2024, impulsionando sua balança comercial.

by Marcelo Santos
Petróleo brasileiro ameaça soja pelo domínio da balança comercial em 2024 com exportações históricas

O Brasil está no caminho para colher valores recordes com a exportação de petróleo bruto neste ano, que está competindo com produtos como soja e minério de ferro. Com uma produção crescente, o petróleo brasileiro continua a desempenhar um papel cada vez mais relevante na balança comercial do país, e as projeções para os próximos anos são otimistas, contribuindo significativamente para os números do setor externo.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que em 2024 as vendas da commodity brasileira podem chegar a impressionantes US$ 43,575 bilhões. Isso representaria um marco, superando o recorde anterior alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 42,553 bilhões em petróleo. O desempenho de 2023 também foi notável, com exportações de US$ 42,539 bilhões.

Crescimento sustentado na exportação de petróleo

A exportação de petróleo do Brasil continua a crescer em termos de quantidade, com um aumento constante ano após ano. A projeção da AEB indica que a exportação de petróleo brasileiro atingirá a marca de 83 milhões de toneladas, superando as 81 milhões de toneladas registradas em 2023.

É importante observar que as previsões da AEB foram feitas no final do ano passado e, como em qualquer mercado, estão sujeitas a alterações ao longo de 2024. Fatores como os preços do petróleo, questões geopolíticas imprevistas e o desempenho da economia global podem influenciar essas projeções.

Papel fundamental na balança comercial

Nos últimos anos, a exportação de petróleo brasileiro assumiu um papel de destaque na balança comercial do país, competindo com produtos como soja e minério de ferro, que historicamente lideravam as exportações brasileiras. A expectativa é que a commodity mantenha esse protagonismo nos próximos anos, devido ao aumento previsto na produção até 2030, quando a extração do pré-sal pode começar a diminuir.

Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), destaca que o Brasil está no caminho para se tornar um dos maiores produtores de petróleo do mundo nos próximos anos. Em 2022, o Brasil estava na nona posição entre os principais produtores, com pouco mais de 3,1 milhões de barris por dia, mas hoje produz cerca de 3,5 milhões de barris por dia. Até o final da década, esse número deve chegar a 5 milhões de barris por dia.

Exportação de excedentes

Com uma produção crescente e uma capacidade de refino limitada, o Brasil exporta o excedente de petróleo produzido. “Nos últimos anos, cerca de 50% do petróleo produzido é destinado à exportação”, explica Jankiel Santos, economista do banco Santander.

Esse desempenho na exportação da commodity deve compensar a possível queda nas exportações de soja para o exterior, contribuindo para manter um saldo comercial positivo. O Santander projeta um saldo comercial de US$ 85 bilhões para o Brasil este ano, ainda elevado em comparação com padrões históricos, mas abaixo dos quase US$ 100 bilhões registrados em 2023.

Produção de petróleo deve crescer até 2030

Embora a transição energética para fontes mais limpas de energia seja um tópico em debate, especialistas acreditam que o petróleo ainda desempenhará um papel central nos próximos anos. O Brasil está investindo em novas plataformas e explorando novas fronteiras, como a Margem Equatorial, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, onde existem cinco bacias promissoras.

A produção de óleo deve continuar crescendo até 2030, o que significa que o petróleo brasileiro permanecerá como um dos principais produtos de exportação do país. No entanto, as discussões sobre limites à exploração da commodity e a transição energética são tópicos importantes para o futuro do setor.

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