Pesquisadores brasileiros da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA/RS) estão com uma metodologia revolucionária, utilizando máquinas de café espresso adaptadas, para detectar a contaminação de pescados por petróleo. Essa inovação, que surgiu em resposta ao derramamento de petróleo nas águas costeiras do Brasil em 2019, já recebeu reconhecimento internacional e se tornou o método oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) para identificar hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) em pescado, contribuindo para a segurança alimentar do país.
Pesquisadores brasileiros inovam com máquina de café na detecção de contaminação
A busca por soluções inovadoras muitas vezes surge em situações de emergência. No Brasil, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária no Rio Grande do Sul (LFDA/RS) desenvolveram uma metodologia inovadora para identificar a contaminação de pescados por petróleo, utilizando uma máquina de café espresso. Esta abordagem pioneira ganhou reconhecimento internacional e já está impactando positivamente a saúde pública.
Em 2019, o Brasil enfrentou um grande desafio ambiental com o derramamento de petróleo nas águas costeiras do país. Esse incidente despertou preocupações com a contaminação dos peixes por petróleo que compõem parte da dieta da população. Frente a esse cenário crítico, pesquisadores uniram forças para desenvolver uma metodologia eficaz e rápida de detecção de contaminação por petróleo.
A solução encontrada foi adaptar máquinas de café espresso, que normalmente extraem líquidos sob pressão, para a extração de contaminantes dos pescados. O método desenvolvido foi submetido a rigorosos testes e provou ser altamente preciso e confiável. Essas máquinas adaptadas foram capazes de extrair hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) dos pescados, que são compostos associados à contaminação petrogênica em alimentos.
A eficácia da metodologia não passou despercebida pelas autoridades internacionais de controle sanitário. Órgãos como o Departamento de Agricultura dos EUA e a International Spill Control Organization (ISCO) reconheceram a inovação. Até a União Europeia acompanhou o desenvolvimento desse método. Além disso, o sucesso desse método não ficou restrito aos elogios internacionais. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) oficializou a utilização das máquinas de café espresso adaptadas como método oficial para determinar a presença de HPAs em pescado.
Detecção de contaminação em pescados por petróleo está revolucionando a segurança alimentar
Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos são conhecidos por suas propriedades carcinogênicas em humanos. Portanto, a capacidade de quantificar a presença desses compostos nos pescados é um passo significativo para evitar que alimentos contaminados cheguem à mesa dos brasileiros.
Ana Paula Zapelini de Melo, a pesquisadora responsável pelo desenvolvimento do método, destacou a importância da máquina de café espresso adaptada: “A máquina de café espresso, que simula a extração por líquido pressurizado (PLE), foi utilizada em um momento de emergência sanitária. Naquela ocasião, era essencial dispor de um método rápido, de baixo custo e que fornecesse resultados metrológicos confiáveis.”.
A metodologia criada pelos pesquisadores brasileiros já é um exemplo de boas práticas em segurança alimentar e controle de contaminação por petróleo. Com um nível de confiança de 95%, ela pode ser adotada e reproduzida por outras universidades e laboratórios em todo o mundo. Ana Paula ainda ressalta que o reconhecimento da metodologia é um avanço concreto para o Brasil na garantia da segurança dos alimentos e na capacidade de enfrentar efetivamente desastres ambientais.
Agora, o uso inovador de máquinas de café espresso na detecção de contaminação de pescados por petróleo se mostra um exemplo notável de como a ciência pode responder de forma eficaz a desafios ambientais e de segurança alimentar. A metodologia desenvolvida pelos pesquisadores brasileiros demonstra como soluções criativas e tecnologia podem ser aliadas na preservação da saúde pública e na proteção do meio ambiente.
