OPEP se prepara para boom de exportação de petróleo

Com a produção de petróleo do Iraque em agosto atingindo um recorde histórico de 4,97 milhões de barris por dia (bpd), segundo fontes iraquianas locais, o país está praticamente no nível máximo de produção de petróleo que sua atual infraestrutura de exportação de petróleo pode suportar.

Além disso, esse número, por mais impressionante que seja, ainda está muito longe da última meta de produção de petróleo do Iraque, de 6,2 milhões de bpd até o final de 2020 e 9 milhões de bpd até o final de 2023. Para monetizar esses fluxos por suas pressionado o orçamento e encorajando o desenvolvimento de campos de petróleo por empresas internacionais de petróleo (COI), o Iraque anunciou na semana passada dois projetos-chave.

A primeira delas é discutida desde a remoção do Estado Islâmico do território iraquiano e ganhou impulso após o voto indicativo de independência pela região semi-autônoma do Curdistão do Iraque em 2017. Essa idéia é a ressuscitação – e mais fora – do oleoduto controlado por Bagdá que transportará cerca de 1,1 milhão de bpd de petróleo bruto dos campos de Kirkuk, controlados por Bagdá (na região do Curdistão), até o porto turco de Ceyhan. Isso permitiria a exportação e monetização posteriores do petróleo iraquiano (e posteriormente do gás) para o resto da Europa.

Antes do Estado Islâmico fazer tumultos no Iraque, havia planos de expandir a capacidade do Kirkuk para o Ceyhan Pipeline, também chamado de Iraque-Turquia (ITP), que é uma nomenclatura enganosa, pois na verdade consiste em dois tubos. Um deles tem um cano de 46 polegadas de diâmetro, com uma capacidade de 1,1 milhão de bpd, que há muito tempo é alvo de ataques de vários grupos antes do Estado Islâmico, incluindo tribos locais e militantes curdos.

O outro era um tubo de 40 polegadas de diâmetro, com uma capacidade inicial de 0,5 milhão de bpd na placa de identificação. Isso foi posteriormente construído pelo governo da região do Curdistão (KRG), inicialmente para processar 0,7 milhão de bpd e, supostamente, para uma capacidade de 1 milhão de bpd na placa de identificação. O ‘oleoduto KRG’ é, no entanto, uma via lateral única em pleno funcionamento, que corre do campo Taq Taq até Khurmala e depois entra no oleoduto Kirkuk / Ceyhan, na cidade fronteiriça de Fishkhabur. Isso está sujeito a interrupções ocasionais de motivação política, especialmente após o voto do sim no Curdistão sobre a independência, mas tem funcionado amplamente de acordo com os planos do KRG.

A parte complementar do novo plano de Bagdá, que foi acordado em princípio com o governo da Turquia, é que, além de melhorar as seções danificadas do tubo, um oleoduto ainda menor será adicionado que permite a Bagdá conectar a produção de petróleo dos campos sul e central, não apenas dos campos da região de Kirkuk.

Essa ideia já havia recebido resistência da Rússia, que não queria a influência de sua procuradora corporativa, a Rosneft, no norte, prejudicada como elemento decisivo na determinação dos fluxos de petróleo iraquiano na Europa. Agora, porém, com a rota de exportação para a Síria também em jogo, como relatado exclusivamente pelo OilPrice.com, a Rússia acredita que também possui um controle substancial sobre o sul, tanto diretamente quanto pela influência duradoura do Irã sobre seu vizinho, e retirou sua oposição à construção do gasoduto.

Na mesma linha de aumentar drasticamente suas capacidades de exportação de petróleo, o Iraque também acaba de assinar um acordo com a empresa holandesa de construção naval Royal Boskalis Westminster, para construir uma ilha artificial ao sul do terminal offshore de Al-Basrah (ABOT) no Golfo Pérsico. Isso segue a recente decisão do Ministério do Petróleo do Iraque de reativar seus planos pré-islâmicos do Estado de construir pelo menos mais 12 tanques de armazenamento operacional em tempo integral e instalações de mistura em Al-Fao e nos arredores. O objetivo a longo prazo da estação Al-Fao é ter 24 tanques de armazenamento cada um com 58 mil metros cúbicos, para uma capacidade total de mais de 8 milhões de barris.

Isso ocorreu logo após o ministério anunciar que as negociações estavam bem adiantadas com a BP e a Eni para executar um projeto de US $ 400 milhões para substituir dois antigos oleodutos no fundo do mar, incluindo um alimentando o outro principal terminal offshore de Khor al-Amaya (KAAOT). Em termos de transporte de fluxo de óleo para exportação, atuando como condutos entre Al-Fao e os terminais offshore da ABOT e KAOOT, agora existem cinco ancoradouros de ponto único (SPMs) capazes de lidar com os volumes atuais, entende o OilPrice.com.

Segundo comentários da semana passada do Ministério do Petróleo do Iraque, o novo projeto de ilhas artificiais (incluindo moradia para 300 pessoas) estará localizado a 4 milhas náuticas ao sul do ABOT. Um terminal de exportação seria conectado à ilha e incluiria quatro molhes, que teriam instalações de carregamento para até quatro grandes transportadoras de petróleo por vez, cada uma capaz de suportar até 320.000 toneladas de porte bruto.

Isso está vinculado aos planos de expansão da estação de Fao, uma vez que a nova estação expandida seria conectada a ela por dois novos oleodutos, e a capacidade aumentada de óleo leve e pesado seria bombeada para a nova ilha para exportação. Em suma, o Ministério do Petróleo espera que a nova ilha e os planos relacionados lhe permita quase dobrar sua capacidade de exportação em três anos.