ENERGIA

Nova Rota da Seda com investimentos em energias renováveis é o foco do mercado da China, destaca consultoria Wood Mackenzie

As projeções da Wood Mackenzie demonstram que a China está redefinindo sua abordagem na ‘Nova Rota da Seda’, de acordo com um estudo recente da consultoria. Com um aumento de 57% nos projetos no exterior dedicados às energias renováveis, a mudança marca uma transição significativa em relação à última década. Os preços em queda de turbinas eólicas e painéis solares, combinados com a pressão global por alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis, impulsionam essa transformação. Dessa forma, o país vem se preparando para fortes investimentos no setor energético limpo, mas também destaca desafios, incluindo o cancelamento de 54 gigawatts de projetos recentes.

China aposta alto em energias renováveis na expansão da Rota da Seda

Atualmente, no mercado global, há uma reviravolta marcante na abordagem da China em relação à sua iniciativa de investimentos “Belt and Road” (Rota da Seda), conforme indicado por um novo estudo da consultoria Wood Mackenzie. Após uma década de auxílio no desenvolvimento de enormes capacidades de geração de energia em outros países, o país asiático direciona agora seu foco para as energias renováveis.

Segundo o relatório da Wood Mackenzie, as energias renováveis agora representam 57% dos projetos no exterior, sejam planejados ou em construção. Já na última década, apenas 37% da capacidade construída era dedicada a essas fontes limpas. O momento da mudança nos investimentos não poderia ser mais viável para o país, uma vez que os preços das turbinas eólicas e dos painéis solares atingiram mínimos históricos.

Somado a isso, governos ao redor do mundo intensificaram a pressão para abandonar gradualmente os combustíveis fósseis em busca de opções mais sustentáveis. Segundo Alex Whitworth, líder da área de pesquisa de energias renováveis da consultoria Wood Mackenzie na região da Ásia-Pacífico, é possível observar uma adaptação na estratégia global da China.

Ele expressa a expectativa de um aumento no foco em energias renováveis e maior ênfase em investimentos diretos. Enquanto isso, o impulso interno por energia limpa em Pequim continua a um ritmo acelerado. As instalações solares, eólicas, nucleares e hídricas deverão gerar eletricidade suficiente este ano para abastecer todo o país, segundo um relatório do Centre for Research on Energy and Clean Air (CREA).

Consultoria Wood Mackenzie projeta investimentos de US$ 200 bilhões até 2023 na China

A Wood Mackenzie identificou um total de 128 gigawatts de capacidade de geração, representando um investimento de cerca de US$ 200 bilhões até 2023, resultantes da iniciativa anunciada pelo presidente Xi Jinping em 2013. Dessa forma, a consultoria projeta anos de fortes parcerias e projetos voltados para a expansão da capacidade produtiva de energias renováveis no país.

A companhia ainda aponta que outros 80 gigawatts de projetos estão atualmente em planejamento ou construção, concentrados principalmente na Ásia. Entretanto, nem todos os investimentos nos projetos foram bem-sucedidos. Cerca de 54 gigawatts foram suspensos ou cancelados, em grande parte devido a mudanças políticas e riscos comerciais, como inflação de custos ou projeções financeiras otimistas.

Apesar disso, o país vem adotando fortes estratégias para se direcionar às energias renováveis. Um ponto crucial nas mudanças é a postura da China em relação ao carvão, conforme destaca a consultoria. Em 2021, o presidente Xi Jinping anunciou a proibição de novos projetos no exterior envolvendo o combustível fóssil. Isso resultou no cancelamento de 61% dos projetos, indicando um compromisso com alternativas mais limpas e sustentáveis.

Mesmo com essa proibição, Xi não forçou empresas ou bancos a cancelarem projetos já em andamento. Atualmente, existem 21 empreendimentos de carvão e 12 de gás natural em fase de planejamento ou construção, de acordo com a Wood Mackenzie. Agora, a China segue suas estratégias para alcançar investimentos ainda mais notáveis no mercado das energias renováveis.

Andriely Medeiros

Ensino superior em andamento. Escreve sobre Petróleo, Gás, Energia e temas relacionados para o PetroSolGas.

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