Home ÓLEO E GÁS Nova estratégia da Petrobras traz estabilidade aos preços dos combustíveis, afirma Ineep

Nova estratégia da Petrobras traz estabilidade aos preços dos combustíveis, afirma Ineep

O Ineep avalia a composição dos preços dos combustíveis ao consumidor final, considerando os custos do produtor, do etanol anidro adicionado à gasolina, dos impostos e das margens de distribuição e revenda.

by Andriely Medeiros
O Ineep avalia a composição dos preços dos combustíveis ao consumidor final, considerando os custos do produtor, do etanol anidro adicionado à gasolina, dos impostos e das margens de distribuição e revenda.

O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) divulgou um relatório que mostra que a nova estratégia comercial da Petrobras, adotada em maio de 2023, trouxe mais estabilidade aos preços dos combustíveis no Brasil, além de reduções nos meses seguintes. Segundo o Ineep, a Petrobras tem um papel fundamental na formação dos preços internos, por ser responsável por cerca de 80% do refino nacional, mesmo após a privatização de três refinarias pela gestão anterior.

Preços dos combustíveis no Brasil ficam mais estáveis após nova estratégia da Petrobras

O relatório analisa o preço de paridade de importação (PPI), o qual é a referência usada pela Petrobras para definir os preços dos combustíveis nas refinarias. O PPI é calculado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e considera os custos de importação, os impostos e as margens de lucro. Com isso, o Ineep compara o PPI com os preços praticados pelas refinarias da Petrobras e pelas refinarias privatizadas: Ream (Amazonas), 3R Petroleum (Rio Grande do Norte), Acelen (Bahia).

De acordo com o Ineep, em dezembro de 2023, o PPI da gasolina foi de R$ 2,74 por litro, uma queda de 2,8% em relação a novembro. A Ream vendeu a gasolina a R$ 3,06 por litro, um valor 11,7% maior que o PPI, mantendo a mesma diferença do mês anterior. A Petrobras e a 3R Petroleum cobraram preços um pouco acima do PPI, R$ 2,84 e R$ 2,86, respectivamente. A Acelen foi a única que praticou preços abaixo do PPI, R$ 2,71 por litro.

No caso do diesel, o PPI foi de R$ 3,47 por litro em dezembro, sem alteração em relação a novembro. A Ream continuou a cobrar o preço mais alto, R$ 4,19 por litro, 20,7% acima do PPI. A Acelen e a Petrobras tiveram preços próximos do PPI, R$ 3,50 e R$ 3,53, respectivamente. O Ineep observa que os preços do diesel da Acelen acompanham o PPI desde janeiro de 2023, enquanto os da Petrobras se aproximaram do PPI em dezembro, após ficarem acima da referência nos meses anteriores.

Diesel e gás de cozinha ficam mais baratos em 2023

O Ineep também avalia a composição dos preços dos combustíveis ao consumidor final, considerando os custos do produtor, do etanol anidro adicionado à gasolina, dos impostos e das margens de distribuição e revenda. O instituto aponta que, de novembro a dezembro, houve uma redução de 1,2% no preço médio da gasolina, de R$ 5,65 para R$ 5,58 por litro, devido à diminuição no preço ao produtor (-3,9%) e no preço do etanol anidro (-9,1%).

A margem de revenda aumentou 7%. Os impostos permaneceram estáveis. Para o diesel S10, o preço médio caiu 5,1%, de R$ 4,54 para R$ 4,31 por litro, graças às reduções no preço ao produtor (-6,4%) e na margem de distribuição e revenda (-6,7%). Os impostos também não variaram.

Para o gás liquefeito de petróleo (GLP) de 13 quilos, ou gás de cozinha, o preço médio teve uma leve queda de 0,5%, de R$ 88,48 para R$ 88,03 por botijão. O preço ao produtor subiu 1,3%, mas a margem de distribuição e revenda diminuiu 1,8%. Os impostos ficaram inalterados.

O Ineep conclui que, em 2023, os preços dos combustíveis no Brasil tiveram comportamentos distintos. A gasolina ficou 12,6% mais cara em dezembro do que em janeiro, enquanto o diesel e o gás de cozinha ficaram 7,2% e 7,5% mais baratos, respectivamente. O instituto atribui essas diferenças à nova estratégia da Petrobras, que tem em vista alinhar os preços internos aos do mercado internacional, mas sem repassar as oscilações diárias. O Ineep ressalta que essa estratégia beneficia os consumidores, mas também preserva a rentabilidade da Petrobras e a soberania energética do país.

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